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São Paulo, domingo, 09 de novembro de 2003

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CAPITALISMO RUSSO

Ataque à petrolífera causa apreensão

Rússia teme fuga de capitais de até US$ 13 bi com crise da Yukos

ARKADY OSTROVSKY
DO "FINANCIAL TIMES", EM MOSCOU

A Rússia espera uma fuga líquida de capital privado superior a US$ 13 bilhões no último semestre deste ano. Seria um contraste com o primeiro semestre, quando entraram US$ 4,6 bilhões líquidos no país, marcando o primeiro influxo sustentado de capital privado desde o fim do comunismo.
A crise causada pela prisão de Mikhail Khodorkovsky, ex-presidente da companhia de petróleo Yukos, e o ataque à empresa contribuíram para inverter a tendência positiva.
Simon Kukes, presidente recém-indicado para a Yukos, disse que tem pouco apetite por uma fusão com uma companhia de petróleo internacional. Seus comentários são feitos num momento em que a linha-dura, avessa a associações internacionais, está de volta ao Kremlin.
A ChevronTexaco e a ExxonMobil, as duas maiores companhias de petróleo dos EUA, que estavam em negociações com a Yukos, estão esperando para ver como se resolve a investigação sobre Khodorkovsky, mas dizem que seus interesses na Rússia não foram afetados pelo caso.
Oleg Vyugin, vice-presidente do Banco Central da Rússia, disse que é impossível ligar totalmente a saída de capital privado ao caso da Yukos. A perda de capital chegou a US$ 7,7 bilhões no terceiro trimestre, e o BC prevê que chegue a US$ 8,6 bilhões no ano todo.
Yegor Gaidar, diretor do Instituto para Economias em Transição e um dos economistas mais respeitados da Rússia, disse: "Nos últimos quatro anos, tentamos criar previsibilidade. Uma das maiores conquistas deste governo foi a inversão da fuga de capital no primeiro semestre do ano".
Uma saída contínua de capital poderia provocar uma redução na classificação do país. Recentemente, a agência de classificação de risco Moody's elevou a nota do país para "investment grade", ou seja, baixo risco de moratória.



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