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CONCORRÊNCIA
Cade pode ficar parado até maio de 2006
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
Depois de ficar parado por quase dois meses, o Cade (Conselho
Administrativo de Defesa Econômica) corre o risco ter suas atividades comprometidas novamente. A presidente da autarquia, Elizabeth Farina, disse ontem que, se
não for editada uma medida provisória prorrogando o contrato
temporário dos funcionários do
conselho, o Cade praticamente
parará até maio de 2006.
Em maio, 30 gestores selecionados pelo Ministério do Planejamento e que estão em fase de treinamento serão nomeados para
ocupar cargos no Cade. Eles substituirão os 28 funcionários temporários do conselho, cujo contrato de trabalho expira no dia 31.
"Se não for publicada a MP, vamos ficar sem nenhum advogado
ou economista. Não teremos ninguém na área técnica. Restarão
apenas os conselheiros e assessores dos gabinetes", disse Farina.
"O Cade pode parar, ou melhor,
pode ficar muito lento."
Neste ano, o conselho ficou paralisado por falta de quórum para
julgamento de fusões e análise de
conduta de empresas. Ficaram
vagas três das sete cadeiras do Cade. É preciso no mínimo cinco
conselheiros em plenário para garantir a realização das sessões.
Na semana passada, com a posse do conselheiro Luis Fernando
Schuartz, o quórum foi restabelecido. Dois outros nomes indicados pelo Palácio do Planalto para
o Cade esperam aprovação do Senado. São os economistas Abraham Sicsú e Paulo Furquim.
Ontem, ao fazer um balanço
deste ano, Farina disse que sua
grande frustração foi ainda não
ter conseguido criar uma estrutura permanente de pessoal treinado para o Cade. Os dados divulgados pela presidente mostram que
em 2005 o conselho julgou 632
processos. Em 2004, o número foi
de 782 processos.
Farina comemorou a queda. Ela
disse que a redução foi fruto da
metodologia estabelecida pelo
Cade, em janeiro, para filtrar os
casos a serem analisados pelo
conselho. A queda se deve também ao fato de o conselho ter parado por quase dois meses.
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