|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
HP paga US$ 14,5 mi para pôr fim a processo nos EUA
Empresa não será acionada na Califórnia por obter ilegalmente registro telefônico
Maior parte do dinheiro, US$ 13,5 milhões, será usada para criar um Fundo de Privacidade e Pirataria administrado pelo Estado
DAMON DARLIN
DO "NEW YORK TIMES"
A Hewlett-Packard disse ontem que pagará US$ 14,5 milhões para encerrar um processo movido pela Procuradoria
de Justiça da Califórnia sobre o
uso, pela empresa, de detetives
particulares para obter os registros telefônicos privados de
membros de sua diretoria e de
jornalistas.
A empresa vai pagar US$ 650
mil em multas por "danos presumidos", mas a maior parte do
dinheiro, US$ 13,5 milhões, será usada para criar um Fundo
de Privacidade e Pirataria administrado pelo Estado.
O fundo deve financiar a investigação de violações da privacidade de consumidores e
furto de propriedade intelectual, incluindo a cópia de filmes
e de músicas.
"Queríamos muito reforçar
nossa capacidade de aplicar as
leis contra o roubo de propriedade", disse o procurador-geral
da Califórnia, Bill Lockyer, em
entrevista.
O restante do acordo, US$
350 mil, cobrirá as despesas do
Estado na investigação do caso,
que foi conseqüência da iniciativa da companhia de rastrear o
vazamento de notícias de sua
diretoria.
Não houve uma decisão de
responsabilidade contra a HP.
Mas o acordo, homologado
com o processo civil no tribunal estadual anteontem, incluiu uma cláusula que especifica mudanças nos procedimentos internos que a empresa
deve adotar e manter durante
cinco anos.
O presidente e principal executivo da companhia, Mark
Hurd, já fez várias das mudanças requeridas, como a indicação de um especialista externo
para revisar as práticas investigativas da companhia.
O acordo também inclui um
compromisso da Procuradoria
Geral de não mover novos processos civis no caso contra a
empresa, seus diretores atuais
e passados, funcionários ou
executivos.
Cálculo
Lockyer disse que o valor do
acordo foi determinado usando
um dispositivo da lei de práticas comerciais injustas do Estado, que estabelece multa de
US$ 2.500 para cada violação.
Lockyer disse que "um número
adequado" foi determinado
contando-se o número de telefonemas que foram monitorados pela HP.
A Hewlett-Packard teve receitas de US$ 91,7 bilhões no
ano fiscal de 2006. O valor do
acordo é equivalente ao que ela
fatura em 83 minutos.
Lockyer apresentou denúncias criminais no início de outubro contra cinco pessoas, entre elas Patricia Dunn, ex-presidente do conselho da HP e ex-advogada da empresa, acusando-as de violar as leis estaduais
de privacidade. Todas se declararam inocentes.
Nesses casos, a procuradoria
diz que altos funcionários da
empresa transmitiram informações para investigadores
privados -que, por sua vez, as
passaram para outros investigadores privados- que permitiram a gravação de telefonemas privados de vários membros do conselho e jornalistas.
Os investigadores usaram
uma forma de subterfúgio para
obter as informações fingindo
ser outras pessoas.
Nível federal
O acordo do processo civil
põe fim aos problemas da empresa com os investigadores do
Estado. Mas, em nível federal, o
Departamento de Justiça, a Comissão de Valores Mobiliários
e a Comissão Federal de Comunicações estão investigando a
conduta da empresa durante
suas investigações de vazamento em 2005 e em 2006.
Lockyer convidou vários jornalistas que foram investigados
pela HP para se reunir com ele,
ontem, em San Francisco. Os
jornalistas poderiam processar
a companhia por violação de
privacidade ou por prejudicar
sua capacidade de desempenhar seu trabalho. Lockyer disse que está "tentando levar todo esse caso a uma conclusão".
Ele disse que queria saber se
os jornalistas considerariam
várias idéias, como uma contribuição da HP para uma espécie
de fundo de jornalismo, como
alternativa aos processos. A
procuradoria não representaria os potenciais queixosos.
Uma pessoa próxima às negociações da HP com o Estado
disse que a empresa não foi informada sobre a reunião e que
não participaria.
Tradução de LUIZ ROBERTO MENDES GONÇALVES
Texto Anterior: Foco: Celulares de luxo atraem celebridades e podem custar até US$ 310 mil Próximo Texto: PlayStation 3 vende abaixo da meta da Sony Índice
|