ANA PAULA GRABOIS
DA FOLHA ONLINE, NO RIO

A inflação de 2002, medida pelo IGP-DI (Índice Geral de Preços -Disponibilidade Interna), atingiu 26,41%, segundo a FGV (Fundação Getúlio Vargas). Foi a maior taxa desde a implantação do Plano Real, em julho de 1994.
Embora tenha acelerado ao longo do ano, o IGP-DI em dezembro caiu para menos da metade da taxa registrada em novembro. A taxa atingiu 2,7% no mês passado, contra 5,84% em novembro.
"Está ocorrendo realmente uma desaceleração de preços que acontece na mesma velocidade em que ocorreu a alta dos preços", afirmou o responsável pela pesquisa da FGV, o economista Salomão Quadros.
A disparada cambial em 2002 foi a principal causa para o aumento generalizado de preços, intensificado no segundo semestre.
No atacado, o efeito ocorreu quase que imediatamente, pois o IPA (Índice de Preços por Atacado) é formado por produtos com cotação internacional, como soja e trigo ou ainda de seus derivados.
O resultado foi alta de 35,41% nos preços no atacado no ano passado ante uma desvalorização do real de 52% no mesmo período. No último mês de 2002, o IPA caiu para 3,14% ante uma variação de 7,45% no mês anterior, como reflexo da queda do dólar nas últimas semanas de 2002.
No varejo, ocorreu um repasse dos preços do atacado ao longo do ano. O IPC (Índice de Preços ao Consumidor) chegou a 12,18% em 2002. O movimento de repasse dos preços do atacado para o consumidor, entretanto, diminuiu em dezembro. O INCC (Índice Nacional da Construção Civil) subiu 12,87% em 2002.
Para o economista da FGV, a perspectiva é de desaceleração da inflação para o consumidor em 2003, pois o repasse do atacado virá com menos força.
Calculado durante todo o mês de referência, o IGP-DI é composto pelo IPA, IPC e INCC, cujos pesos são, respectivamente, de 60%, 30% e 10%.


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