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Aplicações em previdência devem superar R$ 100 bi
Investimentos em planos do setor em 2006 até novembro chegaram a R$ 19,4 bi
Produto ainda não compete com fundos de varejo para pessoas físicas, que atraem pela liquidez maior e pelos retornos ainda elevados
SANDRA BALBI
DA REPORTAGEM LOCAL
Os investidores aplicaram R$
19,4 bilhões em planos de previdência no ano passado, até
novembro, mês em que o fluxo
de recursos foi recorde e atingiu R$ 2,1 bilhões. Com o movimento de dezembro encorpado
pelo 13º salário, o setor deverá
ultrapassar os R$ 100 bilhões
em reservas (estoque de recursos aplicados, mais rendimentos), segundo Osvaldo do Nascimento, presidente da Anapp
(Associação Nacional da Previdência Privada).
"Os dados de novembro,
quando as reservas chegaram a
R$ 93,2 bilhões, sinalizam que
o setor deve ter fechado o ano
de 2006 atingindo um patamar
histórico. Há dez anos tínhamos apenas R$ 3 bilhões de reservas", diz Nascimento. Para
este ano, sua projeção é a de
crescimento em torno de 35%
-superior ao de 2006, que deve
fechar em cerca de 30%.
Apesar da expansão acelerada, o setor ainda não compete
com as aplicações em fundos de
investimento feitas por pessoas
físicas. O patrimônio líquido
dos fundos de varejo, destinados a esse investidor, totalizou
R$ 350 bilhões no ano passado,
segundo dados do site financeiro Fortuna. Ou seja, esses fundos têm um estoque de recursos 2,5 vezes superior às reservas da previdência privada.
Mesmo do ponto de vista do
fluxo de recursos, a previdência
ainda fica atrás dos fundos de
investimentos do varejo. No
ano passado, a captação líquida
(aportes menos resgates) desses fundos chegou a R$ 14,9 bilhões, e a dos de previdência
-nos quais são alocados os recursos da previdência privada- ficou em R$ 10,4 bilhões,
segundo o Fortuna. "Os dados
diferem dos da Anapp, pois a
entidade só considera as aplicações feitas, sem descontar os
resgates", diz Marcelo D'Agosto, sócio-diretor do Fortuna.
Por conta dos longos anos de
juros altos, o mercado financeiro brasileiro estaria "invertido", segundo Nascimento, da
Anapp. "Nos EUA, mais da metade dos recursos dos investidores está aplicada em planos
de previdência. Aqui, ainda estamos muito voltados para
aplicações de curto prazo, e os
fundos atraem pela liquidez."
A política de juros tornou essas aplicações imbatíveis,
aliando rentabilidade, liquidez
(facilidade de saque) e baixo
risco, especialmente no caso
dos fundos de renda fixa e DI.
"Com a queda dos juros, a previdência deve começar a competir com os fundos", afirma.
Neste ano, com a Selic projetada para 12% a 12,25% ao ano
em dezembro, quem aplicar R$
100 mil em um fundo de renda
fixa terá ao final do ano R$
9.000 de rendimento -descontando-se o Imposto de Renda e
a taxa de administração do banco-, segundo Nascimento.
"Nos planos de previdência o
investidor vai ganhar mais,
pois, ao contrário dos fundos,
não incide IR na acumulação."
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