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Queda na produção é a mais ampla desde 1991
JANAINA LAGE
DA SUCURSAL DO RIO
A queda na produção industrial em novembro foi generalizada e atingiu todos os 14 locais
pesquisados pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e
Estatística) na comparação
com outubro. Trata-se do perfil
mais abrangente de recuo da
indústria registrado desde novembro de 1991.
Segundo André Macedo, economista da Coordenação de Indústria do IBGE, a disseminação de resultados negativos é
resultado da crise e atingiu
principalmente os setores mais
dependentes de crédito. "Houve um espalhamento de resultados negativos em termos setoriais. Dois grandes segmentos puxaram para baixo: os
bens de consumo duráveis, por
conta de automóveis, e os bens
intermediários, com impactos
em minério de ferro, metalurgia básica e produtos químicos,
entre outros", disse.
Em novembro, os locais com
perdas mais acentuadas na produção industrial foram: Espírito Santo (-17,2%), Minas Gerais
(-13,4%), Amazonas (-7,8%) e
Rio Grande do Sul (-7,2%) na
comparação com outubro. No
país, a média de queda da indústria em relação a outubro
foi de 5,2%.
O Iedi (Instituto de Estudos
para o Desenvolvimento Industrial) destaca que, em relação a novembro de 2007, somente 22 dos 76 subsetores registraram alta na produção.
"Os subsetores industriais ligados à indústria automobilística, a mais afetada pelos efeitos da crise internacional, estiveram entre os de maiores resultados adversos (casos de automóveis, artefatos diversos de
borracha e material elétrico para veículo)", afirmou, em nota,
o instituto.
São Paulo
A indústria paulista registrou
queda de 3,2% em relação a outubro. Em relação a novembro
de 2007, o recuo foi de 2,7%, o
pior resultado nessa base de
comparação desde julho de
2003. No acumulado do ano, no
entanto, a indústria paulista
ainda cresce a um ritmo superior ao da média do país. De janeiro a novembro ela acumula
alta de 7%. A média do país no
período foi de 4,7%.
Macedo destaca que a indústria paulista representa 40% da
indústria nacional. "Há um
predomínio de atividades em
queda em São Paulo. Os automóveis correspondem a uma
fatia de 12% da indústria paulista. A queda deste setor tem
reflexos também em metalurgia básica, borracha e plástico,
além de em outros produtos
químicos", disse.
Na comparação com novembro de 2007, as principais quedas registradas em São Paulo
foram nos setores de veículos
automotores (-10,8%), edição e
impressão (-10,6%) e borracha
e plástico (-13,7%). Entre os setores em alta, os destaques foram outros equipamentos de
transporte (137,3%), impulsionado pela fabricação de aeronaves, indústrias farmacêutica
(14%) e de alimentos (4,6%).
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