São Paulo, sábado, 10 de janeiro de 2009

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Queda na produção é a mais ampla desde 1991

JANAINA LAGE
DA SUCURSAL DO RIO

A queda na produção industrial em novembro foi generalizada e atingiu todos os 14 locais pesquisados pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) na comparação com outubro. Trata-se do perfil mais abrangente de recuo da indústria registrado desde novembro de 1991.
Segundo André Macedo, economista da Coordenação de Indústria do IBGE, a disseminação de resultados negativos é resultado da crise e atingiu principalmente os setores mais dependentes de crédito. "Houve um espalhamento de resultados negativos em termos setoriais. Dois grandes segmentos puxaram para baixo: os bens de consumo duráveis, por conta de automóveis, e os bens intermediários, com impactos em minério de ferro, metalurgia básica e produtos químicos, entre outros", disse.
Em novembro, os locais com perdas mais acentuadas na produção industrial foram: Espírito Santo (-17,2%), Minas Gerais (-13,4%), Amazonas (-7,8%) e Rio Grande do Sul (-7,2%) na comparação com outubro. No país, a média de queda da indústria em relação a outubro foi de 5,2%.
O Iedi (Instituto de Estudos para o Desenvolvimento Industrial) destaca que, em relação a novembro de 2007, somente 22 dos 76 subsetores registraram alta na produção.
"Os subsetores industriais ligados à indústria automobilística, a mais afetada pelos efeitos da crise internacional, estiveram entre os de maiores resultados adversos (casos de automóveis, artefatos diversos de borracha e material elétrico para veículo)", afirmou, em nota, o instituto.

São Paulo
A indústria paulista registrou queda de 3,2% em relação a outubro. Em relação a novembro de 2007, o recuo foi de 2,7%, o pior resultado nessa base de comparação desde julho de 2003. No acumulado do ano, no entanto, a indústria paulista ainda cresce a um ritmo superior ao da média do país. De janeiro a novembro ela acumula alta de 7%. A média do país no período foi de 4,7%.
Macedo destaca que a indústria paulista representa 40% da indústria nacional. "Há um predomínio de atividades em queda em São Paulo. Os automóveis correspondem a uma fatia de 12% da indústria paulista. A queda deste setor tem reflexos também em metalurgia básica, borracha e plástico, além de em outros produtos químicos", disse.
Na comparação com novembro de 2007, as principais quedas registradas em São Paulo foram nos setores de veículos automotores (-10,8%), edição e impressão (-10,6%) e borracha e plástico (-13,7%). Entre os setores em alta, os destaques foram outros equipamentos de transporte (137,3%), impulsionado pela fabricação de aeronaves, indústrias farmacêutica (14%) e de alimentos (4,6%).


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