São Paulo, domingo, 10 de janeiro de 1999

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Comparação indica o tamanho dos juros

da Sucursal de Brasília

Um dos cálculos feitos pelo mercado para ver quanto rende um papel de dívida externa é compará-lo a um instrumento similar emitido pelo governo dos EUA -considerado o investimento mais seguro do planeta.
Essa forma de análise também foi muito desfavorável para os papéis brasileiros quando se observam os números de 98. O rendimento que fica acima do papel norte-americano é chamado de "spread" -pronuncia-se "spréd".
O cálculo é feito em pontos básicos. Cada ponto básico equivale a 0,01 ponto percentual. Um título cujo "spread" é de 500 pontos estará dando ao seu detentor cinco pontos percentuais a mais do que um papel do Tesouro norte-americano com o mesmo prazo de vencimento.
Várias empresas brasileiras têm hoje títulos no exterior pagando mais de 1.000 pontos básicos de "spread". Por exemplo: Credibanco (1.467 pontos), Suzano (1.410), NetSat (2.094 pontos) e CSN (1.360 pontos), todas cotações de 31 de dezembro passado, praticamente estáveis até a semana passada.
Essa situação é muito menos ruim para empresas da Argentina e do México que têm títulos no exterior. A YPF, gigante petrolífera argentina, tem um título pagando 7,75% ao ano, com vencimento para agosto de 2007 e pagando um "spread" de 480 pontos básicos. A Petrobrás tem um papel similar (10% ao ano e vencimento em outubro de 2006) pagando 651 pontos de "spread".
Em 31 de dezembro de 97, conforme mostra a tabela acima com 30 dos principais papéis brasileiros, apenas dois títulos pagavam "spreads" acima de 1.000 pontos básicos. Hoje, 19 desses 30 títulos já romperam a barreira de 1.000 pontos básicos no "spread". (FR)



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