São Paulo, domingo, 10 de janeiro de 1999

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Microsoft vale US$ 380 bilhões

da Reportagem Local

O valor de mercado da Microsoft, a gigante internacional de tecnologia, chegou a US$ 380 bilhões na última sexta-feira.
Isso significa que a empresa vale mais do que todo o PIB (Produto Interno Bruto, soma de todas as riquezas produzidas no país) da Argentina, de US$ 340 bilhões.
Comparando-se com seu valor patrimonial, a Microsoft vale no mercado 19 vezes mais. Suas ações tiveram alta de 115% em 98 e de mais 8% nesta semana.
A Dell Computer tem valor de mercado quase 50 vezes superior ao valor de seu patrimônio.
Para analistas, a valorização descomunal das ações de empresas ligadas à Internet é uma "euforia especulativa", típica de períodos que precedem grandes crashes.
O economista John Kenneth Galbraith, por exemplo, diz, no seu livro "O grande crash de 1929", que a euforia dos investidores comuns, inebriados com a chance de ganhar dinheiro da noite para o dia, é determinante para causar grandes colapsos do mercado.
No crash de 29, conta ele, os investidores buscavam em peso comprar ações de empresas de rádio. "No lugar de investimentos em rádio, minas de urânio ou talvez reatores portáteis serão os novos favoritos", diz Galbraith em seu livro, escrito em 55.
Os novos favoritos foram as empresas de boliche, no final da década de 70, e as de biotecnologia, no início dos anos 80. As de videogame, como Nintendo e Atari, tiveram um forte "boom" em 82 e 83, e as de computadores, como IBM e Apple, em 87 e 88.
Para outros analistas, no entanto, há fundamentos reais para os investidores apostarem com tanta força nas empresas da Internet.
"Ser uma empresa de sucesso na rede não é tão fácil como parece", disse Derek Brown, do banco de investimento Volpe Brown Whelan, ao "The New York Times".
A Amazon, por exemplo, conseguiu bater a sua mais famosa concorrente no varejo de livros, a Barnes & Noble. E já ultrapassou as outras duas líderes em vendas de CDs pela rede: a CD Now e a N2K, que precisaram se fundir para concorrer com a Amazon.
Exemplos como a da empresa Hotmail, que fornece e-mails para os internautas, inundam a rede. Seu criador, Sabeer Bhatia, de 29 anos, começou sua companhia com US$ 300 mil. Conseguiu vendê-la, dois anos depois, por nada menos do que US$ 400 milhões, segundo a revista "Wired". (CPL)



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