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PREÇOS
Combustível subiu 9,87% no mês passado, de acordo com dados do IBGE
Alta do álcool pressiona inflação
LUCIANA BRAFMAN
DA SUCURSAL DO RIO
Pressionado pelo álcool combustível, o IPCA (Índice de Preços
ao Consumidor Amplo) subiu
0,59% em janeiro, alta superior à
taxa de 0,36% de dezembro, de
acordo com dados divulgados ontem pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística).
O índice ficou um pouco acima
das previsões do mercado, cuja
média era de 0,55%, mas ainda
não causa preocupação quanto ao
cumprimento da meta anual de
inflação de 4,5% estabelecida pelo
governo -com margem de tolerância de dois pontos percentuais
para cima ou para baixo.
Os analistas também não alteraram suas projeções quanto à trajetória de queda da taxa básica de
juros (Selic) e ao crescimento da
economia. A alta de 9,87% do álcool em janeiro é explicada pelas
elevadas cotações do açúcar no
mercado internacional, o que resulta no desvio da produção da
cana-de-açúcar.
Nas regiões metropolitanas do
Rio de Janeiro e de Curitiba, o
combustível aumentou mais que
a média nacional: 13,37% e
13,33%, respectivamente.
"O álcool abriu o ano liderando
o ranking das principais contribuições ao IPCA", afirmou a gerente do Sistema de Índices de
Preços do IBGE, Eulina Nunes
dos Santos.
Além do álcool, outros itens do
grupo transportes influenciaram
o primeiro IPCA do ano. A gasolina, que tem 25% de álcool em sua
mistura, aumentou 1,19% no mês.
As passagens dos ônibus urbanos,
principal parcela das despesas das
famílias, subiram 1,82%. As altas
mais significativas ocorreram em
Brasília (18%) e em Belo Horizonte (11,52%).
Os automóveis novos ficaram
1,39% mais caros, refletindo os repasses de custos das matérias-primas usadas pelas montadoras. Seguro (2,43%) e conserto de veículos (1,05%) também subiram. Assim, o grupo transportes subiu de
0,24% em dezembro para 1,52%
em janeiro, e contribuiu com 0,34
ponto percentual -mais do que a
metade (58%) do resultado geral
do IPCA.
Os planos de saúde também
exerceram pressão adicional ao
percentual médio de 1% de reajuste por mês e fecharam janeiro
em 1,89%. É que no mês passado
o índice absorveu a diferença decorrente da autorização judicial
para que algumas operadoras cobrassem os reajustes de contratos
anteriores a 1999.
A principal queda de preço
ocorreu nas contas de energia,
que caíram 0,94% com o fim do
chamado seguro apagão (encargo
de capacidade emergencial).
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