São Paulo, sexta-feira, 10 de fevereiro de 2006

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PREÇOS

Combustível subiu 9,87% no mês passado, de acordo com dados do IBGE

Alta do álcool pressiona inflação

LUCIANA BRAFMAN
DA SUCURSAL DO RIO

Pressionado pelo álcool combustível, o IPCA (Índice de Preços ao Consumidor Amplo) subiu 0,59% em janeiro, alta superior à taxa de 0,36% de dezembro, de acordo com dados divulgados ontem pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística).
O índice ficou um pouco acima das previsões do mercado, cuja média era de 0,55%, mas ainda não causa preocupação quanto ao cumprimento da meta anual de inflação de 4,5% estabelecida pelo governo -com margem de tolerância de dois pontos percentuais para cima ou para baixo.
Os analistas também não alteraram suas projeções quanto à trajetória de queda da taxa básica de juros (Selic) e ao crescimento da economia. A alta de 9,87% do álcool em janeiro é explicada pelas elevadas cotações do açúcar no mercado internacional, o que resulta no desvio da produção da cana-de-açúcar.
Nas regiões metropolitanas do Rio de Janeiro e de Curitiba, o combustível aumentou mais que a média nacional: 13,37% e 13,33%, respectivamente.
"O álcool abriu o ano liderando o ranking das principais contribuições ao IPCA", afirmou a gerente do Sistema de Índices de Preços do IBGE, Eulina Nunes dos Santos.
Além do álcool, outros itens do grupo transportes influenciaram o primeiro IPCA do ano. A gasolina, que tem 25% de álcool em sua mistura, aumentou 1,19% no mês. As passagens dos ônibus urbanos, principal parcela das despesas das famílias, subiram 1,82%. As altas mais significativas ocorreram em Brasília (18%) e em Belo Horizonte (11,52%).
Os automóveis novos ficaram 1,39% mais caros, refletindo os repasses de custos das matérias-primas usadas pelas montadoras. Seguro (2,43%) e conserto de veículos (1,05%) também subiram. Assim, o grupo transportes subiu de 0,24% em dezembro para 1,52% em janeiro, e contribuiu com 0,34 ponto percentual -mais do que a metade (58%) do resultado geral do IPCA.
Os planos de saúde também exerceram pressão adicional ao percentual médio de 1% de reajuste por mês e fecharam janeiro em 1,89%. É que no mês passado o índice absorveu a diferença decorrente da autorização judicial para que algumas operadoras cobrassem os reajustes de contratos anteriores a 1999.
A principal queda de preço ocorreu nas contas de energia, que caíram 0,94% com o fim do chamado seguro apagão (encargo de capacidade emergencial).


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