São Paulo, sexta-feira, 10 de fevereiro de 2006

Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

MERCADO FINANCEIRO

Moeda encerrou dia a R$ 2,17; mercado espera que BC tome novas medidas para segurar cotação

Dólar vai a menor preço desde novembro

DA REPORTAGEM LOCAL

O dólar desceu ontem a R$ 2,17, cravando a menor cotação em quase três meses. Em 2006, a moeda americana já caiu 6,67%.
A queda de 0,73% registrada ontem levou o dólar para bem perto dos R$ 2,164 registrados em 11 de novembro passado. Naquele dia, o BC anunciou a retomada dos leilões de "swap cambial reverso" -decisão que ajudou, por algum tempo, a segurar a apreciação do real. O BC ainda realiza, diariamente, os leilões de "swap cambial reverso" que, por terem o efeito de compra de dólares no mercado futuro deveriam, em tese, ajudar a fortalecer o dólar.
Mas os cerca de US$ 200 milhões desses contratos que o BC tem vendido não têm conseguido ajudar a evitar a queda do dólar. Por isso, com o dólar voltando a bater em patamares muito baixos, as especulações sobre novas medidas a serem tomadas pelo BC para conter a alta do real voltaram a se intensificar no mercado.
Muitos analistas afirmam que a medida mais provável seria a de a autoridade monetária impor limites às posições vendidas em dólar dos bancos. Essas posições vendidas aumentam quando os investidores apostam que a moeda doméstica se manterá valorizada. Se isso acontece, ganham as altas taxas de juros brasileiras.
Na BM&F, as posições vendidas líquidas em dólar dos estrangeiros estão nos maiores patamares já registrados. No último dia 8, esse número era de US$ 12,74 bilhões. Há um ano, quando ninguém achava que o dólar poderia recuar tanto, essas posições giravam em torno de US$ 4 bilhões.
O dólar tem caído por uma combinação de fatores, dentre os quais se destacam as especulações motivadas pelos altíssimos juros brasileiros e os superávits comerciais recordes.
Uma queda abrupta da taxa básica de juros poderia ajudar a conter as especulações. Mas, como o BC está é preocupado com a evolução dos índices de preços -e esses não tem surpreendido ficando abaixo do esperado-, analistas consideram remota a possibilidade de os juros serem cortados de forma mais intensa.
Ontem foi divulgado o IPCA de janeiro, que ficou em 0,59% (no teto das projeções do mercado). O IPCA fez com que os juros futuros subissem um pouco na BM&F. No DI que vence no fim do ano a taxa foi de 15,70% para 15,74%.
A Bovespa subiu 1,05%.
(FABRICIO VIEIRA)


Texto Anterior: Cúpula: G8 se reúne em Moscou e vai discutir energia
Próximo Texto: Comérco exterior: Agronegócio tem saldo recorde em janeiro
Índice



Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.