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MERCADO FINANCEIRO
Moeda encerrou dia a R$ 2,17; mercado espera que BC tome novas medidas para segurar cotação
Dólar vai a menor preço desde novembro
DA REPORTAGEM LOCAL
O dólar desceu ontem a R$ 2,17,
cravando a menor cotação em
quase três meses. Em 2006, a
moeda americana já caiu 6,67%.
A queda de 0,73% registrada
ontem levou o dólar para bem
perto dos R$ 2,164 registrados em
11 de novembro passado. Naquele
dia, o BC anunciou a retomada
dos leilões de "swap cambial reverso" -decisão que ajudou, por
algum tempo, a segurar a apreciação do real. O BC ainda realiza,
diariamente, os leilões de "swap
cambial reverso" que, por terem o
efeito de compra de dólares no
mercado futuro deveriam, em tese, ajudar a fortalecer o dólar.
Mas os cerca de US$ 200 milhões desses contratos que o BC
tem vendido não têm conseguido
ajudar a evitar a queda do dólar.
Por isso, com o dólar voltando a
bater em patamares muito baixos,
as especulações sobre novas medidas a serem tomadas pelo BC
para conter a alta do real voltaram
a se intensificar no mercado.
Muitos analistas afirmam que a
medida mais provável seria a de a
autoridade monetária impor limites às posições vendidas em
dólar dos bancos. Essas posições
vendidas aumentam quando os
investidores apostam que a moeda doméstica se manterá valorizada. Se isso acontece, ganham as
altas taxas de juros brasileiras.
Na BM&F, as posições vendidas
líquidas em dólar dos estrangeiros estão nos maiores patamares
já registrados. No último dia 8, esse número era de US$ 12,74 bilhões. Há um ano, quando ninguém achava que o dólar poderia
recuar tanto, essas posições giravam em torno de US$ 4 bilhões.
O dólar tem caído por uma
combinação de fatores, dentre os
quais se destacam as especulações
motivadas pelos altíssimos juros
brasileiros e os superávits comerciais recordes.
Uma queda abrupta da taxa básica de juros poderia ajudar a conter as especulações. Mas, como o
BC está é preocupado com a evolução dos índices de preços -e
esses não tem surpreendido ficando abaixo do esperado-,
analistas consideram remota a
possibilidade de os juros serem
cortados de forma mais intensa.
Ontem foi divulgado o IPCA de
janeiro, que ficou em 0,59% (no
teto das projeções do mercado). O
IPCA fez com que os juros futuros
subissem um pouco na BM&F.
No DI que vence no fim do ano a
taxa foi de 15,70% para 15,74%.
A Bovespa subiu 1,05%.
(FABRICIO VIEIRA)
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