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BALANÇOS
Aumento das operações de crédito e juro maior elevam ganho para R$ 1,2 bi
Lucro do Bradesco dobra e
bate o do Itaú no 1º trimestre
FABRICIO VIEIRA
DA REPORTAGEM LOCAL
O Bradesco registrou lucro líquido de R$ 1,205 bilhão no primeiro trimestre do ano, quase o
dobro (98,03% além) do obtido
no mesmo período de 2004.
O resultado foi superior ao
anunciado pelo rival Itaú -campeão de lucro em 2004-, que teve
lucro líquido de R$ 1,141 bilhão no
período. O Unibanco divulga seu
balanço na quinta-feira.
"O Bradesco surpreendeu. Ninguém esperava que batesse o
Itaú", diz Gustavo Pedreira, analista financeiro da ABM Risk. O
lucro do Bradesco no primeiro
trimestre foi o terceiro maior da
história dos bancos no período.
Pesquisa feita pela Reuters com
analistas financeiros previa que o
Bradesco lucrasse algo em torno
de R$ 1,06 bilhão no trimestre.
Em todo 2004, o Bradesco contabilizou lucro de R$ 3,06 bilhões.
Como no ano passado, o aumento das operações de crédito
foi fundamental para o desempenho do banco. "Observamos no
trimestre a continuação da tendência de crescimento do crédito,
em particular da pessoa física",
afirmou Márcio Cypriano, presidente do Bradesco.
As operações de crédito foram
responsáveis por 31% do resultado anunciado pela instituição.
A carteira de crédito do Bradesco subiu de R$ 54,894 bilhões, no
fim de março de 2004, para R$
65,979 bilhões, um ano depois.
Inadimplência
Apesar do aumento da participação de pessoa física na carteira
de crédito -de 30% para 36%,
comparando os dois primeiros
trimestres- e de queda na de
grandes empresas -de 41% para
35%-, houve redução de 5% para 4% no nível de inadimplência.
Isso mesmo com analistas afirmando que o aumento do volume
de empréstimos destinados à pessoa física acaba por elevar o risco
de inadimplência.
Pedreira, da ABM Risk, diz que,
além do aumento dos empréstimos concedidos, "os juros médios do período também ficaram
em níveis maiores que os registrados no primeiro trimestre de
2004". No fim de março do ano
passado, a taxa básica (Selic) estava em 16,25%. Um ano depois, os
juros básicos estavam em 19,25%.
Como a taxa Selic serve de referência para as outras taxas praticadas no mercado financeiro,
quando ela sobe, tende a elevar os
custos dos empréstimos.
"Se os bancos estão emprestando mais e a juros maiores, a tendência é os lucros aumentarem
mesmo", diz Pedreira.
Reação na Bolsa
Na Bovespa, as ações preferenciais do Bradesco reagiram bem
ao resultado e tiveram expressiva
valorização de 4,21% ontem. Impulsionados pelos ganhos recordes dos bancos, os papéis das instituições financeiras são destaque
de alta na Bolsa em 2005.
A rentabilidade anualizada sobre o patrimônio líquido médio
do Bradesco deu um salto considerável, ao passar de 19,3% no
primeiro trimestre de 2004 para
34,7% no mesmo período de
2005. Esse é um importante indicador da eficiência e do retorno
potencial de uma instituição.
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