São Paulo, terça-feira, 10 de maio de 2005

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Aérea retoma pagamento diário à Infraero

DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

A Varig pagou ontem R$ 1,3 milhão à Infraero -estatal que administra os principais aeroportos do país. Na quarta-feira passada, em reunião com o governo, ficou decidido que a Varig teria que voltar a fazer pagamentos diários a partir de ontem para continuar usando os aeroportos.
Também na quarta-feira, a aérea entregou um cheque pré-datado, no valor de R$ 9,1 milhões, para ser descontado no próximo dia 17. O cheque se refere à tarifas aeroportuárias não pagas entre 28 de abril e sexta-feira passada.
Em novembro do ano passado, a Varig e a Vasp (que já não voa mais) foram obrigadas a pagar à vista as tarifas para poder pousar e decolar nos 66 aeroportos operados pela Infraero. Naquele mês, a estatal decidiu enviar para cobrança judicial a dívida acumulada das duas empresas (R$ 11,8 milhões da Vasp e R$ 148 milhões da Varig) e exigir o pagamento diário das tarifas para evitar o acúmulo de novas dívidas.
De acordo com o que a Folha apurou, a dívida total da aérea com a Infraero, em fevereiro, já era de R$ 331,5 milhões -8,5% desse valor em cobrança judicial e 13,6% securitizado (pago diretamente pela venda de bilhetes)- e não houve amortização.
A situação da Varig começou a se complicar no governo no dia 29 de abril, quando a empresa deixou de fazer os pagamentos diários à Infraero. Esses pagamentos foram retomados ontem.
Pagando em dia as tarifas da Infraero e o combustível da BR Petrobras Distribuidora (a empresa pública é a única fornecedora de querosene de aviação à Varig), a companhia aérea pode ganhar tempo para tentar implementar um plano de reestruturação.
Com a piora nas relações entre Varig e governo, o vice-presidente e ministro da Defesa, José Alencar, voltou a usar o termo "intervenção" nas conversas sobre o destino da companhia. Alencar avisou à Casa Civil que usaria o Código Brasileiro de Aviação, e não mais a nova Lei de Falências, para intervir na maior companhia aérea brasileira.
Na última segunda-feira, dia 2 de maio, mesmo dia em que acabou o sistema de compartilhamento de vôos ("code share") entre Varig e TAM, Alencar se reuniu com o então presidente da Varig, Carlos Luiz Martins, e deu um ultimato à companhia. O ministro também telefonou ao presidente da Fundação Ruben Berta, Ernesto Zanata. Ele exigiu a apresentação de um plano com investidores privados para a aérea.


Colaborou a Reportagem Local


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