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Aérea retoma pagamento diário à Infraero
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
A Varig pagou ontem R$ 1,3 milhão à Infraero -estatal que administra os principais aeroportos
do país. Na quarta-feira passada,
em reunião com o governo, ficou
decidido que a Varig teria que voltar a fazer pagamentos diários a
partir de ontem para continuar
usando os aeroportos.
Também na quarta-feira, a aérea entregou um cheque pré-datado, no valor de R$ 9,1 milhões,
para ser descontado no próximo
dia 17. O cheque se refere à tarifas
aeroportuárias não pagas entre 28
de abril e sexta-feira passada.
Em novembro do ano passado,
a Varig e a Vasp (que já não voa
mais) foram obrigadas a pagar à
vista as tarifas para poder pousar
e decolar nos 66 aeroportos operados pela Infraero. Naquele mês,
a estatal decidiu enviar para cobrança judicial a dívida acumulada das duas empresas (R$ 11,8 milhões da Vasp e R$ 148 milhões da
Varig) e exigir o pagamento diário das tarifas para evitar o acúmulo de novas dívidas.
De acordo com o que a Folha
apurou, a dívida total da aérea
com a Infraero, em fevereiro, já
era de R$ 331,5 milhões -8,5%
desse valor em cobrança judicial e
13,6% securitizado (pago diretamente pela venda de bilhetes)- e
não houve amortização.
A situação da Varig começou a
se complicar no governo no dia 29
de abril, quando a empresa deixou de fazer os pagamentos diários à Infraero. Esses pagamentos
foram retomados ontem.
Pagando em dia as tarifas da Infraero e o combustível da BR Petrobras Distribuidora (a empresa
pública é a única fornecedora de
querosene de aviação à Varig), a
companhia aérea pode ganhar
tempo para tentar implementar
um plano de reestruturação.
Com a piora nas relações entre
Varig e governo, o vice-presidente e ministro da Defesa, José Alencar, voltou a usar o termo "intervenção" nas conversas sobre o
destino da companhia. Alencar
avisou à Casa Civil que usaria o
Código Brasileiro de Aviação, e
não mais a nova Lei de Falências,
para intervir na maior companhia
aérea brasileira.
Na última segunda-feira, dia 2
de maio, mesmo dia em que acabou o sistema de compartilhamento de vôos ("code share") entre Varig e TAM, Alencar se reuniu com o então presidente da
Varig, Carlos Luiz Martins, e deu
um ultimato à companhia. O ministro também telefonou ao presidente da Fundação Ruben Berta,
Ernesto Zanata. Ele exigiu a apresentação de um plano com investidores privados para a aérea.
Colaborou a Reportagem Local
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