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Negociação com os EUA deve ser o maior desafio
DA REPORTAGEM LOCAL
O economista Mauricio Mesquita Moreira, do Banco Interamericano de Desenvolvimento,
diz que a Alca pode "trazer enormes benefícios ao Brasil". As ressalvas: o país precisa conseguir
colocar na mesa de negociação as
barreiras não-tarifárias dos EUA e
garantir a possibilidade de fazer
políticas comerciais e de financiamento às exportações.
"O Brasil é o único país que tem
poder de barganha nessa negociação. Nosso poder não é máximo,
mas é considerável."
"No caso do Brasil, um país com
escala internacional, uma negociação bem-feita só poderá trazer
ganhos para vários setores. Nos
setores dominados por multinacionais, há o risco de a empresa
optar por fechar a planta no Brasil
para exportar dos EUA. Mas é um
risco pequeno, por causa do tamanho do nosso mercado."
Moreira utiliza modelos estatísticos para simular os efeitos que
uma abertura comercial teria hoje
na economia brasileira. A implementação da Alca, mostram esses
modelos, geraria um acréscimo
de 5% no PIB brasileiro.
O modelo não dá uma previsão
do que ocorrerá. Ele é utilizado
como instrumento de análise. Para fazer a estimativa, não são considerados, por exemplo, os efeitos
de barreiras não-tarifárias, como
as leis antidumping nos EUA.
"No caso das políticas de subsídios, por exemplo, não é possível
estimar que tipo de dano uma restrição na capacidade do governo
de adotá-las pode gerar", diz.
A pesquisadora Lia Valls Pereira, da FGV, por exemplo, tem estimativas diferentes. O impacto no
PIB gerado pela entrada do Brasil
na Alca seria de menos de 1%.
Lia ressalta que a estimativa é só
um exercício. Como Moreira, a
pesquisadora diz que os resultados vão depender de como serão
feitas as negociações até 2005.
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