|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
Conferência
esbarra em
falta de modelo
DIEGO ASSIS
DA REPORTAGEM LOCAL
Empresários, economistas, universitários e artistas reuniram-se
ontem na Oca do parque Ibirapuera para discutir políticas públicas e privadas de um setor que
responde atualmente por 7% do
PIB mundial: a indústria criativa.
Evento prévio à Unctad, conferência promovida pela ONU em
São Paulo entre os dias 13 e 18, o
encontro teve como objetivo
apresentar e debater propostas de
integração entre três atividades
até há pouco distantes entre si: arte, comércio e tecnologia.
"Não temos ainda o modelo
apropriado. Estamos procurando
por ele", disse a economista Zeljka Kozul-Wright, consultora do
Programa Especial para os Países
em Desenvolvimento, da Unctad.
Por lidar com valores intangíveis, o modelo, concordaram todos, não deve ser o mesmo que o
das indústrias tradicionais. "O investimento em indústrias criativas é um investimento de risco",
apontou Stuart Cunningham, diretor do centro de pesquisa de indústrias criativas da Universidade
Queensland, na Austrália. Risco
esse que precisa ser corrido pelo
Estado ou pelos empresários, que
se beneficiam de leis de incentivo
para o investimento em cultura.
A ausência de outro "modelo",
o de organização, prejudicou a dinâmica do encontro. Diante de algumas ausências -entre elas as
do ministro da Cultura, Gilberto
Gil, e da secretária de Estado da
Cultura, Cláudia Costin- e do
tempo escasso, os panelistas tiveram de comprimir suas idéias em
sofríveis dez minutos de fala.
"Isso está parecendo gincana de
colégio", ironizou o produtor cinematográfico Luiz Carlos Barreto. Para ele, a indústria cultural no
país e o Estado devem focar esforços nos aspectos de distribuição e
democratização da informação.
A discussão passou ainda por
novas tecnologias, direitos autorais, concentração de poder no cinema e na música, sistemas de cotas, subsídios estatais e parcerias
entre setor público e privado.
Texto Anterior: Onu e desenvolvimento: Índia quer ampliar negócios com o Mercosul Próximo Texto: Mercado financeiro: BC rola dívida, mas dólar fecha em alta Índice
|