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TELES
Jorge Rodriguez sai da operadora, comprada pela Telmex
Presidente da Claro deve substituir cubano no controle da Embratel
ELVIRA LOBATO
DA SUCURSAL DO RIO
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
O presidente da Embratel, Jorge
Luis Rodriguez, 47, e a vice-presidente jurídica, Cláudia Azerêdo
Santos, pediram demissão na segunda, durante reunião do conselho administrativo. Rodriguez
disse que tomou a decisão para
deixar o novo acionista controlador da Embratel, o grupo mexicano Telmex, livre para implantar
sua política de gestão. Azerêdo
Santos o acompanhou na decisão
por ter sido indicada por ele.
O ministro Eunício Oliveira
(Comunicações) informou ontem que Carlos Henrique Moreira, presidente da Claro (operadora de telefonia celular), será o novo presidente da Embratel.
Rodriguez, de origem cubana,
assumiu a presidência da Embratel em 1999, nomeado pela norte-americana MCI, atual acionista
controladora da empresa.
No final de abril, a Corte de Falências de Nova York autorizou a
MCI, que esteve em concordata
naquele país, a vender o controle
da Embratel para os mexicanos,
por US$ 400 milhões. A operação
ainda está sendo examinada pela
Anatel. Rodriguez permanece no
cargo até a aprovação da venda
pelo governo, prevista para julho.
Sob o comando do executivo, a
Embratel resistiu à venda de seu
controle acionário para o consórcio Calais (Telemar, Telefônica e
Brasil Telecom e Geodex), que
perdeu a disputa para a Telmex.
Por esse motivo, Rodriguez foi
acusado de estar a serviço do grupo mexicano. Leia a seguir trechos de entrevista à Folha.
Folha - Por que a demissão?
Jorge Rodriguez - Achei que é o
momento ideal para deixar o cargo. Os últimos 24 meses foram de
desafios: refinanciamento da dívida, conflitos com concorrentes.
Mas a empresa melhorou a receita. Minha missão está cumprida.
Folha - Mas a venda ainda não foi
aprovada pelo governo.
Rodriguez - Estamos muito próximos da aprovação final. Falta só
acertar os detalhes para a emissão
da "golden share" (ação especial
que dará direito de veto ao governo em questões relativas ao uso de
satélites para a transmissão das
comunicações militares).
Folha - A direção da Embratel fez
de tudo para impedir que a empresa fosse vendida às concessionárias
de telefonia local. O sr. foi acusado
de defender o interesse da Telmex.
Rodriguez - Fui até acusado de
ser mexicano, quando sou cubano. Entramos com ação no Cade
contra as três concessionárias,
por acharmos que elas tinham a
intenção de esquartejar a empresa
e manter o monopólio na telefonia fixa local. Milhares de empregos seriam eliminados.
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