São Paulo, quinta-feira, 10 de junho de 2004

Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

TELES

Jorge Rodriguez sai da operadora, comprada pela Telmex

Presidente da Claro deve substituir cubano no controle da Embratel

ELVIRA LOBATO
DA SUCURSAL DO RIO
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
O presidente da Embratel, Jorge Luis Rodriguez, 47, e a vice-presidente jurídica, Cláudia Azerêdo Santos, pediram demissão na segunda, durante reunião do conselho administrativo. Rodriguez disse que tomou a decisão para deixar o novo acionista controlador da Embratel, o grupo mexicano Telmex, livre para implantar sua política de gestão. Azerêdo Santos o acompanhou na decisão por ter sido indicada por ele.
O ministro Eunício Oliveira (Comunicações) informou ontem que Carlos Henrique Moreira, presidente da Claro (operadora de telefonia celular), será o novo presidente da Embratel.
Rodriguez, de origem cubana, assumiu a presidência da Embratel em 1999, nomeado pela norte-americana MCI, atual acionista controladora da empresa.
No final de abril, a Corte de Falências de Nova York autorizou a MCI, que esteve em concordata naquele país, a vender o controle da Embratel para os mexicanos, por US$ 400 milhões. A operação ainda está sendo examinada pela Anatel. Rodriguez permanece no cargo até a aprovação da venda pelo governo, prevista para julho.
Sob o comando do executivo, a Embratel resistiu à venda de seu controle acionário para o consórcio Calais (Telemar, Telefônica e Brasil Telecom e Geodex), que perdeu a disputa para a Telmex. Por esse motivo, Rodriguez foi acusado de estar a serviço do grupo mexicano. Leia a seguir trechos de entrevista à Folha.
 

Folha - Por que a demissão?
Jorge Rodriguez -
Achei que é o momento ideal para deixar o cargo. Os últimos 24 meses foram de desafios: refinanciamento da dívida, conflitos com concorrentes. Mas a empresa melhorou a receita. Minha missão está cumprida.

Folha - Mas a venda ainda não foi aprovada pelo governo.
Rodriguez -
Estamos muito próximos da aprovação final. Falta só acertar os detalhes para a emissão da "golden share" (ação especial que dará direito de veto ao governo em questões relativas ao uso de satélites para a transmissão das comunicações militares).

Folha - A direção da Embratel fez de tudo para impedir que a empresa fosse vendida às concessionárias de telefonia local. O sr. foi acusado de defender o interesse da Telmex.
Rodriguez -
Fui até acusado de ser mexicano, quando sou cubano. Entramos com ação no Cade contra as três concessionárias, por acharmos que elas tinham a intenção de esquartejar a empresa e manter o monopólio na telefonia fixa local. Milhares de empregos seriam eliminados.


Texto Anterior: Concorrência: Assessor de Palocci pode dirigir o Cade
Próximo Texto: Panorâmica - Reforma: Senado adia votação da Lei de Falências
Índice



Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.