|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
Feriados em abril derrubam produção industrial no país
Houve queda em 6 das 14 regiões pesquisadas, invertendo a tendência de expansão verificada em março, segundo o IBGE
Na média nacional, o efeito calendário também foi sentido, com queda de 1,9% em abril; no quadrimestre, porém, há avanço de 2,9%
PEDRO SOARES
DA SUCURSAL DO RIO
Dois dias fazem toda a diferença quando se trata de indústria: em abril, a produção do setor caiu em 6 das 14 regiões pesquisadas pelo IBGE na comparação com igual mês de 2005,
em razão do menor número de
dias úteis, invertendo a tendência de expansão na maioria absoluta das áreas de março.
Tiveram os piores desempenhos Santa Catarina (-10,2%),
Amazonas (-9,0%), Rio Grande
do Sul (-8,9%), Paraná (-6,3%) e
Goiás (-4,9%). Já a indústria de
São Paulo reduziu sua produção (-1,2%) pela primeira vez
desde setembro de 2005, sob
efeito do calendário.
Segundo o IBGE, o menor
número de dias úteis fez o desempenho de abril contrastar
com o de março (quando apenas dois locais apresentaram
queda), provocando o recuo em
vários setores.
Em São Paulo, por exemplo, a
redução foi influenciada sobretudo pelas indústrias farmacêutica (-21,2%), de produtos
de metal (-9,2%) e de máquinas
e equipamentos (-4%). No Estado, 14 dos 20 segmentos pesquisados registraram retração.
Apesar da freada em abril, a
indústria paulista mostra desempenho positivo no ano. No
primeiro quadrimestre houve
alta de 3,2% ante o mesmo período de 2005. Nos últimos 12
meses, a alta ficou em 3%.
Na média nacional o efeito
calendário também foi sentido,
e a produção caiu 1,9% em abril
-em março, havia subido 5,3%.
No quadrimestre, houve avanço de 2,9%. Em contraposição à
média, a produção subiu, em
abril, em seis locais: Pará
(10,2%), Pernambuco (8,6%),
Bahia (5,2%), Espírito Santo
(1,3%), Minas Gerais (1,2%) e
região Nordeste (1,2%).
Para André Macedo, economista da Coordenação de Indústria do IBGE, os dois dias a
menos em abril "foram determinantes para o resultado do
mês" e distorcem qualquer tipo
de comparação.
Além disso, diz, mascaram
outros possíveis efeitos que podem ter influenciado no comportamento da indústria -leia-se juros, câmbio ou crédito.
Queda no Sul
O Iedi (Instituto de Estudos
para o Desenvolvimento Industrial) avalia, porém, que
houve em abril uma "desaceleração quase generalizada da indústria", considerando tanto os
dados mensais como os acumulados em períodos mais longos.
O instituto considera que "a
queda da produção nos Estados
do Sul se aprofundou, em parte,
como reflexo dos efeitos perversos da apreciação do real sobre os setores de calçados, têxtil, vestuário e móveis".
Para o Iedi, a queda da indústria paulista em abril "altera o
quadro favorável de recuperação observado nos dois últimos
meses, levantando dúvidas em
relação a essa tendência".
Texto Anterior: Bancos aguardam recorde de ganhos em Wall Street, apesar do mercado volátil Próximo Texto: Petrobras tenta reduzir "efeito Bolívia" Índice
|