São Paulo, terça-feira, 10 de julho de 2001

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Previdência deve ter déficit maior que o esperado

JULIANNA SOFIA
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

O déficit da Previdência Social neste ano pode beirar R$ 13 bilhões, estourando as previsões iniciais do governo.
A revisão dos números foi apresentada na semana passada à missão do FMI (Fundo Monetário Internacional), que volta hoje ao ministério para uma reunião com o ministro Roberto Brant (Previdência).
Essa previsão considera que o crescimento econômico neste ano será de 2,8%. Pela projeção anterior, feita quando a estimativa de crescimento econômico era de 4%, o déficit ficaria em R$ 12,1 bilhões. O crescimento menor reduzirá a arrecadação.
As duas previsões levam em conta somente as despesas e receitas do INSS (Instituto Nacional do Seguro Social), que paga benefícios basicamente a trabalhadores do setor privado.
Segundo Vinícius Pinheiro, secretário de Previdência Social, foram mostrados ao FMI três cenários, considerando taxas de crescimento de 4%, 3% e 2,8%. Com crescimento de 3%, o déficit seria de R$ 12,5 bilhões. Além da mudança no cenário econômico, o aumento do salário mínimo em 19,2% em abril e o reajuste de 7,66% para os benefícios acima do mínimo a partir de junho tornaram obrigatória a revisão do déficit. O governo havia estimado altas mais modestas.
Na prestação de contas ao Fundo, a Previdência Social enfatizou que a reforma previdenciária aprovada em 1998 possibilitou um aumento de R$ 3,8 bilhões na arrecadação no ano passado. Neste ano, o incremento chega a R$ 1,8 bilhão. Em 2000 as contas da Previdência apresentaram um resultado negativo de R$ 10,1 bilhões, o equivalente a 0,9% do PIB.



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