São Paulo, segunda-feira, 10 de julho de 2006

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Apesar de críticas, país vê como positiva a entrada da Venezuela no Mercosul

CLÁUDIA DIANNI
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

Enquanto o setor privado se preocupa com a possível influência negativa da entrada da Venezuela na agenda externa do Mercosul, o chanceler brasileiro, Celso Amorim, acha que não é hora de se preocupar com esse assunto, mas com a estagnada rodada de liberalização comercial da OMC.
Para Amorim, a entrada da Venezuela no Mercosul amplia a integração sul-americana. "A entrada da Venezuela é muito importante porque pela primeira vez o Mercosul começa a ter a cara da América do Sul."
Mas há quem veja na entrada da Venezuela de Hugo Chávez no bloco uma ameaça à liderança brasileira. "Da forma como ocorreu, já é um reflexo de que a liderança do Brasil está combalida no Mercosul. O Brasil cedeu a mais um pedido da Argentina. Era do interesse do [presidente Néstor] Kirchner, que está sendo financiado por Chávez, que isso ocorresse rapidamente", disse o analista Mario Marconini.
Na quinta-feira, a CNI (Confederação Nacional da Indústria) manifestou a preocupação com o rumos das negociações externas do bloco a partir da assinatura do protocolo de adesão da Venezuela. Como membro pleno, ou seja, um sócio que deverá adotar a TEC (Tarifa Externa Comum) do bloco, a Venezuela fará parte do mesmo espaço comercial e poderá influenciar nas negociações com terceiros países.
O Mercosul iniciou negociações comerciais com a CAN (Comunidade Andina) - união aduaneira que inclui Peru, Equador, Bolívia e Colômbia e da qual a Venezuela teve que sair para entrar no Mercosul-, a Índia e países africanos.
As negociações mais importantes são com a União Européia e os EUA. Com a UE, as discussões estão congeladas enquanto aguardam uma definição da Rodada Doha da OMC. Isso porque a UE e os EUA não querem fazer concessões comerciais duas vezes, nos âmbitos multilateral e bilateral.


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