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Apesar de críticas, país vê como positiva a entrada da Venezuela no Mercosul
CLÁUDIA DIANNI
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
Enquanto o setor privado se
preocupa com a possível influência negativa da entrada da
Venezuela na agenda externa
do Mercosul, o chanceler brasileiro, Celso Amorim, acha que
não é hora de se preocupar com
esse assunto, mas com a estagnada rodada de liberalização
comercial da OMC.
Para Amorim, a entrada da
Venezuela no Mercosul amplia
a integração sul-americana. "A
entrada da Venezuela é muito
importante porque pela primeira vez o Mercosul começa a
ter a cara da América do Sul."
Mas há quem veja na entrada
da Venezuela de Hugo Chávez
no bloco uma ameaça à liderança brasileira. "Da forma como
ocorreu, já é um reflexo de que
a liderança do Brasil está combalida no Mercosul. O Brasil cedeu a mais um pedido da Argentina. Era do interesse do
[presidente Néstor] Kirchner,
que está sendo financiado por
Chávez, que isso ocorresse rapidamente", disse o analista
Mario Marconini.
Na quinta-feira, a CNI (Confederação Nacional da Indústria) manifestou a preocupação
com o rumos das negociações
externas do bloco a partir da assinatura do protocolo de adesão da Venezuela. Como membro pleno, ou seja, um sócio que
deverá adotar a TEC (Tarifa
Externa Comum) do bloco, a
Venezuela fará parte do mesmo
espaço comercial e poderá influenciar nas negociações com
terceiros países.
O Mercosul iniciou negociações comerciais com a CAN
(Comunidade Andina) - união
aduaneira que inclui Peru,
Equador, Bolívia e Colômbia e
da qual a Venezuela teve que
sair para entrar no Mercosul-,
a Índia e países africanos.
As negociações mais importantes são com a União Européia e os EUA. Com a UE, as
discussões estão congeladas
enquanto aguardam uma definição da Rodada Doha da OMC.
Isso porque a UE e os EUA não
querem fazer concessões comerciais duas vezes, nos âmbitos multilateral e bilateral.
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