São Paulo, segunda-feira, 10 de julho de 2006

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Agenda econômica está voltada ao exterior

Analistas observam dados dos EUA e situação coreana

DA REPORTAGEM LOCAL

Essa será uma semana de poucos eventos econômicos relevantes no mercado interno. Mas a possibilidade de o Japão realizar a sua primeira alta de juros em quase seis anos e a preocupação com novas atitudes da Coréia do Norte podem atrapalhar a esperada recuperação do mercado financeiro global.
A agenda econômica da semana conta apenas com eventos externos, informa a Link Corretora. Na quinta-feira, serão divulgados os pedidos de auxílio-desemprego e, na sexta-feira, o indicador de confiança do consumidor da Universidade de Michigan, ambos dos Estados Unidos.
Internamente, os investidores devem ajustar as suas apostas para a reunião do Copom (Comitê de Política Monetária) que definirá a nova taxa básica da economia (a Selic), que está em 15,25% anuais. O Copom -formado por diretores e o presidente do Banco Central- se reunirá entre os dias 18 e 19 de julho.
"A semana começa com gosto amargo da reação aos dados do "payroll" [vagas de trabalho criadas] e de revisão de estimativas de lucros de importantes cias nos EUA. A Bolsa fica sem tendência definida" afirma Kelly Trentin, analista da corretora SLW.
Os investidores estão, desde meados de maio, muito atentos aos dados econômicos norte-americanos. O temor é de que números novos da economia do país mostrem ou que há chances de os juros americanos seguirem em alta ou de que a maior economia do mundo esteja em um processo indesejado de desaquecimento.
Na sexta-feira, o Ibovespa, principal índice da Bolsa de Valores de São Paulo, registrou desvalorização de 1,18%, influenciado pelo mau desempenho do mercado americano.
Nos Estados Unidos, as Bolsas caíram no último pregão da semana passada respondendo a dados de emprego, que criaram temores em relação à desaceleração do crescimento econômico do país.
Em Nova York, o índice Dow Jones perdeu 1,20%. A Bolsa eletrônica Nasdaq, que reúne ações de empresas de alta tecnologia, marcou recuo de 1,16% na sexta-feira.
Os testes de mísseis e as subseqüentes ameaças feitos pela Coréia do Norte na semana passada também repercutiram negativamente no mercado.
De positivo na última semana, o IBGE divulgou que o IPCA (Índice de Preços ao Consumidor Amplo) registrou deflação (de 0,21%) em junho.
A notícia foi muito bem recebida, derrubando as projeções futuras de juros. Isso porque o IPCA acumulado em 12 meses ficou em 4,03%. Ou seja, abaixo do centro da meta de inflação do governo para este ano, que é de 4,5%.
Se a inflação está contida, crescem as chances de o Copom reduzir a taxa Selic de forma mais expressiva.
Até antes de ser conhecido o IPCA, a previsão majoritária do mercado era de que a Selic seria reduzida de 15,25% para 15% anuais.
Mas, na sexta-feira, aumentou o número de analistas que esperam que a taxa básica Selic seja cortada em 0,50 ponto percentual na reunião do Copom deste mês.
No pregão de sexta, na BM&F (Bolsa de Mercadorias & Futuros), a taxa no contrato DI que vence no fim do ano caiu de 14,64% para 14,59%.
"Devemos ter um mês com a Bolsa andando de lado, esperando novamente dados que demonstrem quais serão os próximos passos do Fed [BC dos EUA], mesmo com papéis de qualidade a níveis atrativos", informa a Link Corretora.


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