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Caos aéreo e compra da Varig pioram os resultados da Gol
Companhia diz que crise nos aeroportos reduziu ganhos em mais de R$ 200 mi
Negociação com a Varig, que teve prejuízo operacional, e competição tarifária no 2º trimestre prejudicaram balanço, afirma companhia
MAELI PRADO
DA REPORTAGEM LOCAL
A Gol voltou a apresentar ontem um resultado para o último
trimestre impactado negativamente pela crise no setor aéreo
(desta vez com o agravante do
acidente da TAM) e também
pela compra da Varig -cujos
números foram incorporados
ao balanço da companhia e que
teve prejuízo operacional.
A companhia estima que deixou de ganhar R$ 185 milhões e
aumentou suas despesas em
outros R$ 25 milhões (em custos extras como hospedagem e
alimentação para passageiros
de vôos atrasados ou cancelados, por exemplo) com a crise.
O cenário, já esperado pelo
mercado, foi amenizado por
um efeito causado pela contabilização, pela Gol, de benefícios fiscais futuros da Varig
avaliados em R$ 200 milhões.
Essa contabilização teve efeito apenas nos resultados divulgados pelo padrão contábil brasileiro: nesse caso, o lucro líquido de abril a junho foi de R$
157,07 milhões, um crescimento de 60% na comparação com
o mesmo período de 2006.
Quando o padrão contábil
analisado é o americano, o prejuízo foi de R$ 35,37 milhões,
ante um lucro de R$ 106, 68 milhões de abril a junho do ano
passado. A companhia informa
seus resultados nos dois padrões contábeis, pois está nos
dois mercados financeiros.
As ações da companhia fecharam em alta ontem: as preferenciais subiram 2,54%.
Com os atrasos e cancelamentos de vôos, que já vinham
ocorrendo e foram intensificados com as conseqüências do
acidente da TAM, a taxa de ocupação dos aviões da companhia
caiu de 74,3%, no segundo trimestre de 2006, para 65,7%, no
mesmo período deste ano.
Ao mesmo tempo, o cenário
no segundo trimestre foi de
acirrada competição tarifária,
com queda dos chamados
"yields", ou seja, indicador das
companhias de quanto cada
passageiro paga a cada quilômetro voado (leia texto nesta
página). Isso também determinou um resultado pior.
Um dos principais fatores
apontados, entretanto, foi a incorporação aos resultados dos
números da Varig, que teve um
prejuízo operacional de R$ 94
milhões no segundo trimestre.
A Gol apontou que a subsidiária
está passando por uma reestruturação -seus custos foram reduzidos em 17%- e que deve
atingir o "break even", ou seja, o
equilíbrio entre receitas e despesas, neste trimestre.
A Gol voltou a reduzir suas
projeções para o ano. Sua nova
previsão para a receita líquida,
por exemplo, é R$ 5,7 bilhões
-a última era de R$ 6 bilhões.
O presidente da empresa,
Constantino Júnior, disse que a
nova malha aérea do país será
terminada em 60 dias -como
conseqüência do acidente da
TAM, o governo quer uma malha mais "folgada" e menos
concentrada em Congonhas.
"Além de São Paulo, aí incluídos Congonhas e o aeroporto
de Guarulhos, os "hubs" [centros de distribuição de vôos]
naturais são o Galeão [RJ],
Confins [MG] e Brasília", disse.
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