São Paulo, domingo, 10 de agosto de 2008

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Aumenta sindicalização entre mulheres

Dos 16,59 milhões de associados a sindicatos em 2006, 40% eram mulheres; percentual era de 35% em 1998

CLAUDIA ROLLI
DA REPORTAGEM LOCAL

A mulheres estão recorrendo mais aos sindicatos e se filiando mais a essas entidades em busca de ajuda para enfrentar as dificuldades que encontram no mercado de trabalho, como a desigualdade salarial com os homens, e para garantir direitos conquistados.
Estudo da CUT e da subseção do Dieese da central sindical mostra que, em 1998, dos 11,14 milhões de trabalhadores formais e informais associados aos sindicatos, 65% eram homens, e 35%, mulheres.
Em 2006, o total de associados passou para 16,59 milhões de pessoas, sendo que 60% eram homens, e 40%, mulheres. Os números foram compilados a partir de dados da Pnad (Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios) do IBGE.
"Em parte, a taxa de sindicalização cresce porque há mais mulheres no mercado de trabalho. Mas a maior parte das mulheres também está em busca de proteção por causa da precarização do trabalho e das péssimas condições que enfrentam. Elas recebem menos do que os homens, mesmo tendo o mesmo grau de escolaridade, são mais vítimas de doenças ocupacionais e de assédio [moral e sexual]", afirma Rosane da Silva, dirigente da Secretaria Nacional sobre a Mulher Trabalhadora da CUT.
A participação das mulheres no mercado cresceu 37% entre 1998 e 2006. Entre os homens, aumentou 22%. Nesse mesmo período, o número de trabalhadores filiados a algum sindicato subiu 69% entre as mulheres. Entre os homens, cresceu 39%, conforme o levantamento.
O crescimento da sindicalização feminina entre 1998 e 2006, segundo a sindicalista, ocorreu em todos os setores, inclusive no meio rural.
Na última semana, os dirigentes da central decidiram que irão estabelecer punições para confederações, federações e CUTs regionais que não cumprirem a cota de 30% de mulheres nas direções dessas entidades -a regra existe desde 1993. A decisão de punir as entidades foi aprovada em plenária que reuniu 538 dirigentes sindicais em São Paulo.
Entre as punições, estão: não permitir que a diretoria de uma entidade tome posse se não cumprir a cota ou vetar a participação dos dirigentes em congressos ou plenárias.


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