São Paulo, domingo, 10 de outubro de 2004

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MEMÓRIA

Empresa vivencia crise semelhante à da Transbrasil

DA REDAÇÃO

Greves de funcionários, vôos e pagamentos atrasados, dívidas, demissões e pedido de falência. O trajeto hoje percorrido pela Vasp é semelhante ao da Transbrasil a partir de 2000. O fim da história, no caso da última companhia, foi a falência.
Atolada em dívidas, a Transbrasil começou a enfrentar problemas no fim de 2000, com uma ameaça de greve por parte dos funcionários devido a atrasos nos pagamentos. Meses depois, viriam os atrasos em vôos e o cancelamento de seis rotas nacionais e internacionais.
Em julho de 2001, ocorreu o pedido de falência. A autora da solicitação, a GE, é a mesma que na terça passada pediu também a falência da Vasp. No pedido de falência da Transbrasil, a GE cobrava o pagamento de US$ 2 milhões, parte de uma dívida de leasing (aluguel de aviões). Anteriormente, a empresa já havia tomado cinco aviões da Transbrasil por falta de pagamento.
Assim como a Vasp, a Transbrasil era dona de uma vultosa dívida com a Infraero. Nos últimos dias, a Vasp esteve ameaçada de não voar se não renegociasse sua dívida. Com a Transbrasil, o desfecho foi mais duro. Em setembro de 2001, a autarquia impediu temporariamente a empresa de voar.

Combustíveis
Dona de uma dívida, à época, de R$ 800 milhões, a Transbrasil foi definitivamente impedida de voar em dezembro de 2001, após a suspensão do fornecimento de combustíveis para suas aeronaves. A BR Distribuidora e a Shell cobravam dívidas de R$ 13 milhões.
Sem combustível, a Transbrasil parou de voar e demitiu 200 funcionários na ocasião. Na semana passada, a Vasp cortou 380 (200 foram readmitidos). Durante alguns dias, outras companhias embarcaram os passageiros da Transbrasil, mas logo pararam de aceitá-los. Varig e Gol anunciaram na quarta-feira que não aceitariam mais os bilhetes da Vasp -TAM analisaria caso a caso.
Além desses problemas, a Transbrasil teve uma turbulenta troca de comando. O empresário Dilson Prado comprou o controle da empresa em negócio mais tarde desfeito pela Justiça. Prado comprou a empresa e suas dívidas por R$ 1.
O fim da agonia da Transbrasil veio em 13 de agosto de 2003, com a Justiça paulista decretando a falência da empresa.
A Vasp, por sua vez, ainda negocia com o governo uma saída para sua crise.



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