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Lula critica privatização de ferrovias feitas no governo FHC
LETÍCIA SANDER
ENVIADA ESPECIAL A ANÁPOLIS
Horas antes de a Bovespa dar
início ao leilão para a concessão
de sete trechos de rodovias federais à iniciativa privada, o
presidente Luiz Inácio Lula da
Silva criticou ontem, em Anápolis (GO), a privatização de
ferrovias, setor desestatizado
no governo de Fernando Henrique Cardoso (1995-2002).
"Este país, durante 40 anos,
não investiu em ferrovias e o
pouco que a gente tinha foi privatizado. Em muitos casos, não
se exigiu a responsabilidade daquele que privatizou para fazer
os investimentos necessários."
As rodovias privatizadas ontem
são as primeiras concessões
transferidas ao setor privado
no governo Lula.
Embora o evento de ontem
versasse sobre uma rodovia, a
situação das ferrovias entrou
no discurso de Lula. Ele prometeu concluir, até o fim do seu
mandato, mais 1.234 quilômetros da Ferrovia Norte-Sul. O
presidente lembrou que a ferrovia começou a ser construída,
em 1987, no governo de José
Sarney (PMDB). E que, de lá até
2003, quando assumiu, só 215
quilômetros saíram do papel.
Lula também afirmou que a
duplicação da BR-060 começou em 1988 e que FHC fez só
50 quilômetros da obra. "E nós
concluímos 121 quilômetros."
Ele disse que até o fim do seu
mandato anunciará a ligação
rodoviária de Goiás ao porto de
Santos e voltou a falar sobre a
falta de investimentos em infra-estrutura no Brasil depois
do governo Geisel (1974-1979).
"Parece que o Brasil ficou atrofiado, amarrado, impedido de
ser do tamanho que ele é".
Em Brasília, Lula disse estar
"feliz" com o leilão das rodovias. "Hoje [ontem], eu não sei
por quê, acordei com uma premonição de que as coisas iam
ser muito boas para o Brasil. O
dia foi bom, porque, depois de
vencer todas as barreiras legais,
todos os casos criados, finalmente tivemos o leilão."
Colaborou a Sucursal de Brasília
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