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Políticos pressionam por ajuda a montadora
Partido Democrata, de Barack Obama, quer que parte dos US$ 700 bi socorra indústria automobilística
ANDREA MURTA
DE NOVA YORK
Em meio ao temor de concordata da GM, líderes democratas nos EUA exortaram o governo a usar parte do pacote de
US$ 700 bilhões aprovado para
resgatar instituições financeiras para ajudar também a indústria automobilística.
"[Estamos] convencidos de
que a indústria automobilística
de nosso país -coração do setor manufatureiro- e os empregos de dezenas de milhares
de americanos estão em risco",
escreveram no sábado Harry
Reid, líder democrata no Senado, e Nancy Pelosi, presidente
do Congresso, ao secretário do
Tesouro, Henry Paulson.
Eles receberam a ajuda extra
de Rahm Emanuel, apontado
como chefe-de-gabinete do
presidente eleito dos EUA, que
disse que Barack Obama pressionará nas próximas semanas
para uma assistência rápida à
indústria automobilística.
O setor vive grave crise. A
GM, a maior montadora do
mundo, afirmou que perdeu
US$ 4,2 bilhões de julho a setembro e gastou US$ 6,9 bilhões de seu caixa no período
devido à "desaceleração da demanda combinada com a crise
de crédito, em especial na América do Norte e na Europa".
A empresa não descarta um
pedido de concordata, suspendeu discussões sobre a fusão
com a Chrysler e estima que
poderá ficar sem dinheiro para
operar em meados de 2009.
Se falir, a GM provavelmente
levará a Ford consigo. As duas
empresas compartilham vários
fornecedores, muitos dos quais
estão à beira da insolvência.
Analistas estimam que o fracasso das montadoras americanas afetaria cerca de 2 milhões
de empregos e teria impacto de
US$ 200 bilhões na economia.
Os EUA têm atualmente mais
de 10 milhões de desempregados, 1,2 milhão dos quais demitidos em 2008. A taxa de desemprego de outubro foi a
maior em 14 anos (6,5%).
O apelo dos democratas chega dias após reunião dos líderes
com a GM, a Ford e a Chrysler.
Legisladores e empresários
discutem três possibilidades
para um resgate. A mais importante seria um empréstimo direto. A segunda seria a liberação rápida de US$ 25 bilhões
que já foram aprovados para a
fabricação de veículos com
consumo eficiente de combustível. A última é permitir que o
braço financeiro das montadoras participe do programa de
resgate de Wall Street.
Até agora, a Casa Branca tem
resistido a usar o pacote de resgate para auxiliar setores que
não o financeiro. Os democratas propõem pacote de até US$
100 bilhões para infra-estrutura, extensão do auxílio-desemprego, aumento da distribuição
de tíquetes-alimentação e ajuda extra a Estados com dificuldades para financiar a saúde.
AIG
A AIG e o Fed de Nova York
não conseguiram fechar ontem
um novo acordo de resgate à
megaseguradora, que recebeu
há menos de dois meses US$ 85
bilhões em ajuda governamental. Estima-se que um anúncio
de acordo poderá ser feito hoje,
junto da divulgação do balanço
do terceiro trimestre da AIG. A
expectativa é que a empresa
consiga reduzir os juros dos
empréstimos já feitos e estender o prazo de pagamento para
evitar a falência.
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