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PIB / REPERCUSSÃO
Indústria pede redução de impostos e juros
Entidades dizem que diminuição da carga tributária e da Selic amenizaria efeitos da crise sobre o crescimento do país
Para oposição ao governo
no Congresso, resultado do
PIB não reflete situação de
crise econômica já vivida
pelo setor produtivo
DA REPORTAGEM LOCAL
Embora considerem satisfatório o resultado do PIB (Produto Interno Bruto) no terceiro
trimestre, indústria, comércio
e trabalhadores afirmam que o
país ainda precisa se livrar dos
entraves ao seu crescimento
econômico.
Para o presidente da Fiesp
(Federação das Indústrias do
Estado de São Paulo), Paulo
Skaf, o Banco Central deve reduzir os juros como "alternativa" para estimular a produção.
"Quando se fala em pagar 1%
a mais na taxa Selic, significa
um acréscimo de R$ 15 bilhões,
em um ano, na atual divida interna. Diante das incertezas da
crise, a solução mais eficaz é a
redução imediata dos juros",
disse, por meio de nota.
Já para o presidente da CNI
(Confederação Nacional da Indústria), Armando Monteiro
Neto, a compensação mais ágil
de créditos tributários das empresas com o governo e a eliminação temporária do IOF poderiam dar mais fôlego ao setor
produtivo. "São questões que
precisam ser resolvidas", diz
Monteiro, para quem o PIB do
país deverá sofrer contração
neste e no primeiro trimestre
de 2009, por conta do avanço
das turbulências globais.
Emílio Alfieri, economista da
ACSP (Associação Comercial
de São Paulo), lembra que o volume de impostos sobre a produção subiu 10,1% em relação
ao terceiro trimestre de 2007.
"Ou seja, cresceu mais do que o
próprio PIB. Isso mostra que a
força dos impostos continua
grande", disse.
De acordo com a Força Sindical, será fundamental a intervenção do governo no sentido
de minorar os impactos da recessão mundial no Brasil.
Na avaliação de João Carlos
Gonçalves, o Juruna, secretário-geral da central, "o governo
deverá focar as medidas anticrise na ampliação dos gastos
com investimentos em infra-estrutura e no relaxamento da
política monetária".
Airbag
Na opinião do presidente da
seguradora de crédito Coface,
Fernando Blanco, o crescimento do PIB foi "surpreendentemente alto", o que não garante
bom desempenho no futuro. "É
como um carro que vinha a 160
km/h e teve de parar muito rápido. Quem não estiver com o
airbag em dia terá problemas."
Segundo ele, quando a economia vai bem, crescem os estoques, as contas a pagar e a necessidade de crédito das empresas. "Se o financiamento
breca e o sujeito pára de vender
na ponta, é sinônimo de desastre", afirma.
Oposição
De acordo com os líderes
oposicionistas no Congresso, o
PIB não reflete a situação de
crise sentida no país.
"O governo não reconhece
um dos fatores mais preocupantes: a redução dos postos de
trabalho, que será sentida no
desempenho do próximo trimestre", disse o líder do PSDB
na Câmara, José Aníbal (SP).
O vice-líder do DEM, Ronaldo Caiado (GO), ressalta que o
resultado não reflete os sinais
de asfixia que já são dados pelo
setor produtivo.
O líder do PSDB no Senado,
Arthur Virgílio (AM), comparou: "Esse resultado reflete a
seguinte situação: o sujeito tem
um barco, um apartamento e
há uma ordem na Justiça para
tomar isso dele".
Colaborou a Sucursal de Brasília
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