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Lula convoca Meirelles e Mantega para debater ações
Fazenda propõe reduções de impostos para estimular a economia em 2009
Medidas anticrise devem ser anunciadas hoje; à noite, Copom define nova taxa básica de juros sob pressão do governo para fazer corte
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
Na véspera da reunião do Comitê de Política Monetária
(Copom), que hoje define a taxa
básica de juros para as próximas seis semanas, o presidente
Luiz Inácio Lula da Silva convocou uma reunião com o ministro da Fazenda, Guido Mantega, e o presidente do Banco
Central, Henrique Meirelles,
para avaliar novas medidas para estimular a economia no primeiro semestre de 2009.
Preocupado com o aumento
do desemprego e com o risco de
retração econômica, conseqüências da crise global, Lula
vem pressionando o BC para
reduzir a taxa de juros, atualmente em 13,75% ao ano. Mais
preocupada em manter a inflação sob controle, a diretoria do
banco, mesmo dividida, vem
argumentando que o cenário
interno ainda é de incertezas.
Apesar disso, a equipe de
Mantega preparou um pacote
com medidas para ajudar quatros setores que considera vitais para a economia brasileira:
construção civil, agricultura,
montadoras e bens de capital,
além de redução de tributos para estimular o consumo. A expectativa dos assessores de
Mantega é que, aprovadas por
Lula, parte dessas medidas possa ser anunciada hoje.
A reunião com o presidente,
da qual a ministra Dilma Rousseff (Casa Civil) participou durante uma parte, terminou por
volta das 21h30, mas nada foi
divulgado. Embora tenha dado
autonomia ao BC, Lula tem ouvido de economistas nas últimas semanas que o cenário
econômico mudou muito desde outubro, quando a crise financeira se agravou nos EUA.
Nesse período, segundo os
argumentos apresentados ao
presidente, parte do objetivo
que o BC tenta alcançar com a
taxa de juros -reduzir o consumo e desaquecer a economia-
foi obtido com o agravamento
da crise financeira e que, agora,
a maior preocupação do governo não seria mais a inflação, e
sim a retração da economia.
Nesse cenário, seria fundamental reduzir a taxa de juros
como medida complementar
ao que já foi feito pelo crédito.
Além de reduzir compulsório, o que já liberou cerca de R$
90 bilhões, o BC fez venda direta de dólares, realizou leilões da
moeda para exportadores e o
Ministério da Fazenda deu
mais prazo às empresas para
recolherem tributos federais.
Entre as medidas levadas por
Mantega a Lula estavam reduções do IOF nas operações de
crédito, do IR, do IPI e do prazo
de pagamento de obras públicas. O principal problema é a
previsão de queda na arrecadação de tributos em 2009.
Com o objetivo de ampliar a
oferta de crédito pelo BNDES,
Lula assinou ontem medida
provisória que libera repasse de
US$ 2 bilhões do Banco Mundial (Bird) para a instituição.
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