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Responsável pela
empresa no Brasil
pode ser ouvido
DA REDAÇÃO
As autoridades de Parma vão
solicitar, nos próximos dias,
cartas rogatórias (instrumento
de comunicação entre o Judiciário de dois países) para interrogar os responsáveis pela
Parmalat no Brasil, em Luxemburgo, na Venezuela e nos Estados Unidos.
Os investigadores querem
determinar qual a conivência
(se é que ela existiu) entre as
subsidiárias da Parmalat e a
matriz no escândalo financeiro
que envolve a multinacional.
A promotoria quer entender
como a companhia conseguiu
esconder um buraco financeiro
tão grande, por tanto tempo, e
se houve participação de bancos e empresas de auditoria.
Ontem os promotores do caso interrogaram Giovanni Bonici, ex-presidente da Parmalat
da Venezuela e ex-chefe da Bonlat, braço do grupo com sede
nas Ilhas Cayman e epicentro
do rombo financeiro de cerca
de 8 bilhões descoberto nas
contas da empresa.
"Não mais do que duas ou
três pessoas conseguiam compreender completamente o que
estava acontecendo, porque os
segredos eram muito bem
mantidos", disse Antonino
Tuccari, advogado de Bonici,
após o interrogatório.
Ele afirmou ainda que Bonici
nunca esteve em Cayman e que
desconhecia qualquer operação fraudulenta da empresa.
De acordo com o advogado,
todas as atitudes de Bonici foram tomadas seguindo orientação da sede na Itália.
Um ex-executivo do Bank of
America disse que a instituição
também foi vítima das supostas fraudes da Parmalat.
Luca Sala, que está detido em
Milão (nove pessoas foram
presas desde que o escândalo
financeiro estourou, no mês
passado), disse que ele e o banco foram enganados pela empresa alimentícia.
As declarações de Sala foram
publicadas pelo jornal italiano
"La Repubblica", ontem.
"Todos os dias eu amaldiçôo
a escolha daqueles homens
loucos, que optaram pelo Bank
of America para seus jogos",
disse Sala.
Anteontem, escritórios do
banco foram vasculhados em
Milão pela polícia italiana atrás
de indícios da participação da
instituição em fraudes financeiras. O banco disse estar cooperando com as investigações.
Com agências internacionais
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