São Paulo, domingo, 11 de janeiro de 2004

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Responsável pela empresa no Brasil pode ser ouvido

DA REDAÇÃO

As autoridades de Parma vão solicitar, nos próximos dias, cartas rogatórias (instrumento de comunicação entre o Judiciário de dois países) para interrogar os responsáveis pela Parmalat no Brasil, em Luxemburgo, na Venezuela e nos Estados Unidos.
Os investigadores querem determinar qual a conivência (se é que ela existiu) entre as subsidiárias da Parmalat e a matriz no escândalo financeiro que envolve a multinacional.
A promotoria quer entender como a companhia conseguiu esconder um buraco financeiro tão grande, por tanto tempo, e se houve participação de bancos e empresas de auditoria.
Ontem os promotores do caso interrogaram Giovanni Bonici, ex-presidente da Parmalat da Venezuela e ex-chefe da Bonlat, braço do grupo com sede nas Ilhas Cayman e epicentro do rombo financeiro de cerca de 8 bilhões descoberto nas contas da empresa.
"Não mais do que duas ou três pessoas conseguiam compreender completamente o que estava acontecendo, porque os segredos eram muito bem mantidos", disse Antonino Tuccari, advogado de Bonici, após o interrogatório.
Ele afirmou ainda que Bonici nunca esteve em Cayman e que desconhecia qualquer operação fraudulenta da empresa.
De acordo com o advogado, todas as atitudes de Bonici foram tomadas seguindo orientação da sede na Itália.
Um ex-executivo do Bank of America disse que a instituição também foi vítima das supostas fraudes da Parmalat.
Luca Sala, que está detido em Milão (nove pessoas foram presas desde que o escândalo financeiro estourou, no mês passado), disse que ele e o banco foram enganados pela empresa alimentícia.
As declarações de Sala foram publicadas pelo jornal italiano "La Repubblica", ontem.
"Todos os dias eu amaldiçôo a escolha daqueles homens loucos, que optaram pelo Bank of America para seus jogos", disse Sala.
Anteontem, escritórios do banco foram vasculhados em Milão pela polícia italiana atrás de indícios da participação da instituição em fraudes financeiras. O banco disse estar cooperando com as investigações.


Com agências internacionais


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