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TRIBUTAÇÃO
Advogado critica restrições de acesso ao Conselho de Contribuintes
MP dificulta contestações ao fisco
JANAÍNA LEITE
DA REPORTAGEM LOCAL
A Receita Federal será responsável por uma grande "quebradeira" nas empresas do país, caso a
Medida Provisória (MP) 232 seja
aprovada nos moldes atuais. A
afirmação é do tributarista Roberto Quiroga Mosquera, sócio do
Mattos Filho, Veiga Filho, Marrey
Junior e Quiroga Advogados,
uma das maiores bancas de advocacia do país.
A maior crítica Mosquera refere-se à decisão de restringir o
acesso dos cidadãos ao Conselho
de Contribuintes, contida na MP
a ser apreciada pelo Congresso a
partir de fevereiro.
O problema é que isso poderá
atrapalhar, e muito, a vida de
quem briga com o Leão. Na estimativa de Mosquera, 95% dos casos julgados na primeira instância, as chamadas delegacias regionais do Fisco, terminam em condenação dos contribuintes. Na
instância final, o Conselho de
Contribuintes, o tratamento parece mais brando: a média de derrota dos processos que chegam a
Brasília fica em torno de 50%.
"O governo cometeu uma traição fiscal e deixará boa parte das
Pessoas Jurídicas fadadas à morte", disse Mosquera. "Ao contrário do que diz agora, a Receita estimulou a migração de contribuintes para a declaração por lucro presumido. Mudou de idéia
por questões meramente ligadas à
arrecadação."
A Receita pretende que casos
envolvendo reclamações abaixo
de R$ 50 mil e detentores de imunidade tributária, como as entidades filantrópicas, tenham julgamento definitivo na primeira instância administrativa.
O advogado Fábio Junqueira de
Carvalho aponta para outro "furo" - o impedimento à distribuição de lucros e bonificações a
acionistas de empresas que devam ao Fisco, sem depositar garantias. A ordem consta da Lei
11.051, oriunda da MP 219, publicada no final de dezembro. "Mesmo empresas capitalizadas terão
dificuldades", disse Carvalho, do
Martinelli Advocacia Empresarial. "A maior parte das penhoras
é relativa a bens. Comprometer o
faturamento pode interferir no
desempenho das companhias."
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