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Vago, plano do governo Obama desaponta
Bolsa dos EUA cai 4,6% após anúncio do Tesouro de socorro a bancos; Senado aprova pacote de estímulo de US$ 840 bi
Presidente fala em "bom começo" com aprovação no Congresso, mas incerteza sobre ajuda a instituições financeiras azeda mercado
Paul J. Richards/France Presse
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Geithner durante anúncio de pacote de ajuda aos bancos
FERNANDO CANZIAN
DE NOVA YORK
SÉRGIO DÁVILA
DE WASHINGTON
O governo do presidente dos
EUA, Barack Obama, avançou
ontem na direção de concluir
os dois principais pacotes de
medidas para tentar tirar o país
da maior crise econômica desde os anos 1930.
A aprovação no Senado do
novo plano de recuperação de
quase US$ 840 bilhões após vários adiamentos e que exigiu a
pressão pessoal do presidente,
porém, não encobriu a decepção do mercado com o segundo
vetor anticrise: o também novo
pacote de socorro aos bancos.
Delineado de forma vaga, o
plano frustrou o mercado. Logo
após seu anúncio, o índice Dow
Jones da Bolsa de Valores de
Nova York começou a cair, até
fechar em forte baixa de 4,6%.
A principal dúvida permanece: como o Tesouro tratará os
chamados ativos "tóxicos" dos
bancos que estão no centro da
crise e que têm provocado rombos bilionários nessas instituições. A resposta a essa pergunta não foi conhecida ontem.
Embora o pacote para o setor
financeiro possa movimentar,
segundo o Tesouro, até US$ 2
trilhões (ou 14% do PIB dos
EUA), apenas US$ 500 bilhões
desse total foram minimamente detalhados. O plano foi apresentado de forma genérica e em
um documento público de menos de sete páginas.
Ao saber da aprovação do pacote pelo Senado, Obama afirmou que era "uma grande notícia". Já o secretário de Tesouro,
Timothy Geithner, disse no Senado: "Honestamente, acho
que esse plano pode custar
mais e que precisará de recursos maiores".
O plano é considerado por
sua administração como fundamental para estancar o aumento do desemprego, que
chegou a 20 mil demissões por
dia em janeiro. Do total, cerca
de 35% serão usados em cortes
de impostos. O resto será gasto
em obras de infraestrutura,
ajuda a governos estaduais e
municipais e assistencialismo.
"Ainda temos de fundir os
planos da Câmara com o do Senado antes de chegar à minha
mesa, por isso teremos de trabalhar um pouco mais nisso
nos próximos dias", disse Obama. "Mas é um bom começo."
No pacote, à emenda protecionista "Buy American" (compre produtos americanos), que
exige que todo aço, ferro e manufaturados das obras financiadas pelo plano sejam dos
EUA ou parceiros de tratados,
foi adicionada a "Employ American" (empregue americanos).
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