São Paulo, quinta-feira, 11 de fevereiro de 2010

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Justiça recebe R$ 1,92 milhão de doleiros

Recursos, que haviam sido remetidos ilegalmente aos Estados Unidos, serão entregues ao Tesouro

MARIO CESAR CARVALHO
DA REPORTAGEM LOCAL

A Justiça Federal do Paraná recebeu ontem dos Estados Unidos R$ 1,92 milhão que pertencia a doleiros brasileiros. O dinheiro havia sido remetido ilegalmente do Brasil para contas no Merchants Bank, em Nova York, e foi repatriado. Os recursos ficam com o Tesouro Nacional e podem ser usados para pagamento de juros.
O Brasil ficou com um terço dos recursos congelados nos EUA. Os dois terços restantes foram divididos entre a promotoria de Nova York e a ICE (Immigration and Customs Enforcement, agência americana responsável pelas fronteiras).
O dinheiro voltou para a 2ª Vara Federal de Curitiba, cujo juiz titular, Sergio Moro, cuidou dos casos. "Esse repatriamento só foi possível porque as autoridades americanas também investigam esses doleiros e bloquearam rapidamente as contas", diz. Os doleiros foram condenados nos EUA por operar empresa de remessa sem autorização.
Foram repatriados recursos que estavam em 11 contas de doleiros, alguns envolvidos em casos famosos. Um deles é Luis Felipe Malhão e Souza, que aparece nas investigações sobre a Alstom (suspeita de pagamento de propina) e o Opportunity (suspeita de remessa ilegal e lavagem de dinheiro).
Malhão e Souza já disse à PF que fez remessas para fundos do Opportunity no exterior e que trouxe para o Brasil US$ 500 mil que a Alstom teria usado para pagar propina. As empresas dizem que não fizeram remessas ilegais.
Outro suposto doleiro que teve dinheiro repatriado foi Marco Antônio Cursini. Ele é apontado como doleiro do Credit Suisse -o que ambos negam.
A volta de R$ 1,92 milhão é a segunda repatriação de recursos que estavam depositados no Merchants. Em 2008, o Brasil recebeu de volta R$ 2,92 milhões que haviam saído do país por meio de doleiros.


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