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Justiça recebe R$ 1,92 milhão de doleiros
Recursos, que haviam sido remetidos ilegalmente aos Estados Unidos, serão entregues ao Tesouro
MARIO CESAR CARVALHO
DA REPORTAGEM LOCAL
A Justiça Federal do Paraná
recebeu ontem dos Estados
Unidos R$ 1,92 milhão que pertencia a doleiros brasileiros. O
dinheiro havia sido remetido
ilegalmente do Brasil para contas no Merchants Bank, em Nova York, e foi repatriado. Os recursos ficam com o Tesouro
Nacional e podem ser usados
para pagamento de juros.
O Brasil ficou com um terço
dos recursos congelados nos
EUA. Os dois terços restantes
foram divididos entre a promotoria de Nova York e a ICE (Immigration and Customs Enforcement, agência americana
responsável pelas fronteiras).
O dinheiro voltou para a 2ª
Vara Federal de Curitiba, cujo
juiz titular, Sergio Moro, cuidou dos casos. "Esse repatriamento só foi possível porque as
autoridades americanas também investigam esses doleiros
e bloquearam rapidamente as
contas", diz. Os doleiros foram
condenados nos EUA por operar empresa de remessa sem
autorização.
Foram repatriados recursos
que estavam em 11 contas de
doleiros, alguns envolvidos em
casos famosos. Um deles é Luis
Felipe Malhão e Souza, que
aparece nas investigações sobre a Alstom (suspeita de pagamento de propina) e o Opportunity (suspeita de remessa ilegal e lavagem de dinheiro).
Malhão e Souza já disse à PF
que fez remessas para fundos
do Opportunity no exterior e
que trouxe para o Brasil US$
500 mil que a Alstom teria usado para pagar propina. As empresas dizem que não fizeram
remessas ilegais.
Outro suposto doleiro que teve dinheiro repatriado foi Marco Antônio Cursini. Ele é apontado como doleiro do Credit
Suisse -o que ambos negam.
A volta de R$ 1,92 milhão é a
segunda repatriação de recursos que estavam depositados
no Merchants. Em 2008, o Brasil recebeu de volta R$ 2,92 milhões que haviam saído do país
por meio de doleiros.
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