JANAINA LAGE
DE NOVA YORK

O presidente do Fed, o banco central americano, Ben Bernanke, detalhou ontem a estratégia que a instituição pretende adotar para apertar o crédito tão logo veja sinais claros de recuperação da economia.
Segundo o presidente do Fed, antes de qualquer medida relacionada a aumento da taxa de juros, atualmente entre zero e 0,25%, o banco deve enxugar a liquidez.
O discurso não contém indicações de quando o banco pode começar a agir diretamente para reduzir o volume de recursos disponíveis e usa expressões como "quando a hora chegar" ou "em algum momento".
Bernanke destacou que a economia americana, neste momento, depende de medidas de auxílio. Mesmo após dois trimestres de crescimento do PIB (Produto Interno Bruto), a taxa de desemprego ainda se mantém elevada, em 9,7%.
"Em algum momento, o Fed terá de endurecer as condições financeiras", disse Bernanke, em discurso preparado para a Comissão de Serviços Financeiros da Câmara dos Representantes.
No fim de semana, os líderes do G7, as sete maiores potências industriais do mundo, afirmaram que pretendem manter os estímulos econômicos enquanto houver incerteza sobre a retomada da recuperação.
Uma parte da estratégia detalhada ontem foi o aumento da taxa paga pelo Fed aos bancos pelas reservas que eles deixam no banco central. Com o aumento da taxa, a perspectiva é que o montante de recursos disponível para empréstimos a clientes e para outros bancos caia. O Fed pode ainda começar a vender ativos quando a recuperação da economia já estiver consolidada. Até o final de junho, o banco também deve encerrar todas as linhas do Talf (Programa de Crédito a Termo de Títulos Lastreados em Ativos, na sigla em inglês). "Conforme o previsto, o uso de muitas linhas de empréstimo do Fed caiu de acordo com a melhora das condições financeiras", afirmou Bernanke.


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