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BB, Bradesco e Santander vão partilhar caixas eletrônicos
Inicialmente, serão compartilhados os equipamentos instalados fora das agências
Dos grandes bancos, só ficou
fora o Itaú Unibanco, o maior
dos privados; Brasil é um
dos poucos países em que
os caixas não são universais
TONI SCIARRETTA
DA REPORTAGEM LOCAL
Depois de mais de dez anos
de discussões, alguns dos principais bancos brasileiros decidiram, finalmente, compartilhar a rede de caixas eletrônicos existente no país. O anúncio do que os bancos chamam
de ""estudos preliminares" será
feito hoje em São Paulo.
No primeiro momento, participarão do compartilhamento
das redes eletrônicas o Banco
do Brasil, o Bradesco e o Santander. Inicialmente, serão
partilhados os caixas que estão
fora das agências.
Entre as grandes instituições
financeiras, só ficou fora o Itaú
Unibanco, o maior banco privado brasileiro e que, segundo
fontes do mercado, era o que
mais resistia à proposta.
O Bradesco tem 30.657 terminais de autoatendimento. Já
o Santander tem cerca de
7.600, e o Banco Real (comprado pelo Santander), 11 mil. O
Banco do Brasil tem 40 mil caixas eletrônicos.
Além das redes próprias, vários bancos contam com a rede
Banco 24 Horas, que atende
Caixa Econômica Federal, Banco do Nordeste, Bradesco e
Banco do Brasil, entre outras
instituições, e possui mais
6.700 terminais eletrônicos.
O Brasil é um dos poucos países em que os caixas eletrônicos não são universais. Isso
porque os bancos viam na
abrangência da rede eletrônica
de atendimento um ativo importante para se diferenciar
das instituições de menor porte
e alcance geográfico.
As discussões evoluíram bastante nos últimos meses com a
iniciativa do governo de apertar a regulação junto às empresas de cartões de crédito, cujo
mercado é ainda dominado por
Cielo (antiga VisaNet) e Redecard, empresas que tinham exclusividade, respectivamente,
das bandeiras Visa e MasterCard.
A exclusividade da MasterCard com a Redecard terminou
no ano passado e a da Cielo com
a Visa acabará neste ano.
American Express
O Bradesco, que comprou as
operações da American Express no Brasil em 2006, também está disposto a liberar a
bandeira para uso dos concorrentes. À época, o então maior
banco privado brasileiro comprou a Amex para aumentar
sua presença no segmento de
alta renda, que era o foco da
bandeira americana.
Com a pressão do governo
junto às empresas de cartão, o
mercado tenta agora se reorganizar para sobreviver em meio
à crescente desregulamentação
e dos contratos de exclusividade. O setor de cartões de crédito
era um dos que trabalhavam
com as maiores margens de ganho do país.
Os bancos discutem também
o compartilhamento total das
máquinas dos lojistas que fazem a "captura" das operações
por meio de cartões de crédito e
débito.
Entre as instituições financeiras, Santander e Banco do
Brasil são as mais interessadas
no compartilhamento geral das
infraestruturas de rede. O argumento é que a competição não
se dá mais na operação e na tecnologia, que se tornaram "commodities", mas no serviço prestado ao cliente.
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