UOL


São Paulo, terça-feira, 11 de março de 2003

Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

C-Bond perde 2,03%, risco sobe e dólar vai a R$ 3,52

Bovespa vive o pior dia em cinco meses e recua 3,87%

FABRICIO VIEIRA
DA REPORTAGEM LOCAL

A Bolsa de Valores de São Paulo não resistiu ao péssimo desempenho do mercado internacional de ações e teve seu pior resultado em um dia desde 14 de outubro do ano passado. A queda da Bovespa ontem ficou em 3,87%. Apenas 3 das 54 ações mais negociadas no pregão paulista não caíram.
O dia também não foi positivo para dólar e risco-país, que encerraram em alta. Os principais papéis da dívida brasileira, os C-Bonds, fecharam com forte baixa, de 2,03%. Com a queda dos títulos da dívida brasileira, o risco-país subiu 2,59%, para 1.148 pontos.
Os recentes resultados positivos do mercado local -a Bovespa havia subido nos últimos cinco pregões- ajudaram a estimular a venda de papéis para a realização de lucros. O papel preferencial da Tele Leste Celular, por exemplo, que havia acumulado valorização de 10,5% na semana passada, desabou 9,5%, a segunda maior queda do dia.
No mercado de câmbio, o dólar assustou mais no período da manhã, quando chegou a ser vendido a R$ 3,544 (alta de 1,26%). Mas a escalada da moeda norte-americana diante do real perdeu força para fechar com valorização de 0,66%, vendida a R$ 3,523.
A expectativa de que o ataque dos EUA ao Iraque será inevitável e ocorrerá em breve tem motivado os investidores internacionais a sair do mercado de ações. Com isso, as Bolsas européias caíram para seus piores níveis em seis anos. Em Nova York, o mercado está no menor nível desde outubro, próximo do patamar mais baixo em cinco anos.
Passado o bom momento dos últimos dias, quando chegaram a encerrar vendidos a US$ 0,7763, os C-Bonds fecharam ontem em US$ 0,7544. Nem mesmo a melhora da avaliação dos papéis brasileiros feita pelo banco de investimentos Merrill Lynch ajudou. Na análise do banco, os títulos passaram de "underweight" (com potencial de valorização abaixo da média do mercado) para "market weight" (dentro da média). Na semana passada, o JP Morgan havia elevado a recomendação dos títulos brasileiros de "underweight" (abaixo do peso do mercado) para "neutral" (na média).

Poucos negócios
Mesmo em um dia negativo, o Banco Central conseguiu rolar 79% da parcela renovável de sua dívida cambial de US$ 1,9 bilhão que vence na quinta-feira. As taxas pagas pelo BC ficaram no mesmo patamar da última operação feita pela autoridade.
"Após a operação do BC, o câmbio apenas não recuou mais devido à falta de negócios. Os bancos preferem neste momento esperar para ver se o conflito entre EUA e Iraque será curto ou não, o que tem reduzido o volume de negócios", diz José Roberto Carrera, diretor de câmbio da Novação.


Texto Anterior: BIS vê maior seca de crédito desde 98
Próximo Texto: Banco eleva avaliação de títulos brasileiros
Índice


UOL
Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.