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C-Bond perde 2,03%, risco sobe e dólar vai a R$ 3,52
Bovespa vive o pior dia em
cinco meses e recua 3,87%
FABRICIO VIEIRA
DA REPORTAGEM LOCAL
A Bolsa de Valores de São Paulo
não resistiu ao péssimo desempenho do mercado internacional de
ações e teve seu pior resultado em
um dia desde 14 de outubro do
ano passado. A queda da Bovespa
ontem ficou em 3,87%. Apenas 3
das 54 ações mais negociadas no
pregão paulista não caíram.
O dia também não foi positivo
para dólar e risco-país, que encerraram em alta. Os principais papéis da dívida brasileira, os C-Bonds, fecharam com forte baixa,
de 2,03%. Com a queda dos títulos
da dívida brasileira, o risco-país
subiu 2,59%, para 1.148 pontos.
Os recentes resultados positivos
do mercado local -a Bovespa havia subido nos últimos cinco pregões- ajudaram a estimular a
venda de papéis para a realização
de lucros. O papel preferencial da
Tele Leste Celular, por exemplo,
que havia acumulado valorização
de 10,5% na semana passada, desabou 9,5%, a segunda maior queda do dia.
No mercado de câmbio, o dólar
assustou mais no período da manhã, quando chegou a ser vendido a R$ 3,544 (alta de 1,26%). Mas
a escalada da moeda norte-americana diante do real perdeu força
para fechar com valorização de
0,66%, vendida a R$ 3,523.
A expectativa de que o ataque
dos EUA ao Iraque será inevitável
e ocorrerá em breve tem motivado os investidores internacionais
a sair do mercado de ações. Com
isso, as Bolsas européias caíram
para seus piores níveis em seis
anos. Em Nova York, o mercado
está no menor nível desde outubro, próximo do patamar mais
baixo em cinco anos.
Passado o bom momento dos
últimos dias, quando chegaram a
encerrar vendidos a US$ 0,7763,
os C-Bonds fecharam ontem em
US$ 0,7544. Nem mesmo a melhora da avaliação dos papéis brasileiros feita pelo banco de investimentos Merrill Lynch ajudou. Na
análise do banco, os títulos passaram de "underweight" (com potencial de valorização abaixo da
média do mercado) para "market
weight" (dentro da média). Na semana passada, o JP Morgan havia
elevado a recomendação dos títulos brasileiros de "underweight"
(abaixo do peso do mercado) para "neutral" (na média).
Poucos negócios
Mesmo em um dia negativo, o
Banco Central conseguiu rolar
79% da parcela renovável de sua
dívida cambial de US$ 1,9 bilhão
que vence na quinta-feira. As taxas pagas pelo BC ficaram no
mesmo patamar da última operação feita pela autoridade.
"Após a operação do BC, o câmbio apenas não recuou mais devido à falta de negócios. Os bancos
preferem neste momento esperar
para ver se o conflito entre EUA e
Iraque será curto ou não, o que
tem reduzido o volume de negócios", diz José Roberto Carrera,
diretor de câmbio da Novação.
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