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Meirelles e Trichet acompanham queda acentuada do dólar com preocupação
DO ENVIADO A BASILÉIA
O presidente do Banco Central, Henrique Meirelles, acha
que a contínua desvalorização
do dólar é motivo de preocupação, mas descartou qualquer
ação para reverter seus efeitos
e tornar as exportações brasileiras mais competitivas.
Meirelles falou pouco depois
de o presidente do BCE (Banco
Central Europeu), Jean-Claude Trichet, alertar de que "a excessiva volatilidade" do dólar é
indesejável para o crescimento
da economia mundial.
"Os mercados estão muito
voláteis, e isso é muito preocupante. A situação do dólar é algo preocupante, não há dúvida", disse Meirelles, acrescentando que a receita para o Brasil enfrentar essa oscilação é
manter "políticas adequadas e
sólidas". Ele reiterou que as dificuldades criadas pela queda
do dólar são mundiais.
"Não é um problema específico do real, mas de todas as
moedas", afirmou.
Na entrevista concedida por
Trichet na sede do BIS (Banco
de Compensações Internacionais), chamou a atenção seu desejo de alertar para o perigo da
depreciação do dólar, no momento em que a moeda americana atinge o nível mais baixo
em relação ao euro. Foi a primeira vez que ele expressou tal
preocupação desde novembro,
quando alertou para movimentos "brutais" no câmbio. "Um
dólar forte é do interesse dos
EUA", disse Trichet ontem.
Já para Meirelles, "não há
dúvida de que a situação dos
EUA, olhada hoje, parece mais
séria do que era há 60 dias e no
ano passado". Para ele, no entanto, ainda é cedo para dizer
qual será o efeito para o Brasil.
"Mesmo as economias mais dependentes de exportações para
os EUA ainda não têm uma
idéia precisa."
(MN)
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