São Paulo, terça-feira, 11 de março de 2008

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Meirelles e Trichet acompanham queda acentuada do dólar com preocupação

DO ENVIADO A BASILÉIA

O presidente do Banco Central, Henrique Meirelles, acha que a contínua desvalorização do dólar é motivo de preocupação, mas descartou qualquer ação para reverter seus efeitos e tornar as exportações brasileiras mais competitivas.
Meirelles falou pouco depois de o presidente do BCE (Banco Central Europeu), Jean-Claude Trichet, alertar de que "a excessiva volatilidade" do dólar é indesejável para o crescimento da economia mundial.
"Os mercados estão muito voláteis, e isso é muito preocupante. A situação do dólar é algo preocupante, não há dúvida", disse Meirelles, acrescentando que a receita para o Brasil enfrentar essa oscilação é manter "políticas adequadas e sólidas". Ele reiterou que as dificuldades criadas pela queda do dólar são mundiais.
"Não é um problema específico do real, mas de todas as moedas", afirmou.
Na entrevista concedida por Trichet na sede do BIS (Banco de Compensações Internacionais), chamou a atenção seu desejo de alertar para o perigo da depreciação do dólar, no momento em que a moeda americana atinge o nível mais baixo em relação ao euro. Foi a primeira vez que ele expressou tal preocupação desde novembro, quando alertou para movimentos "brutais" no câmbio. "Um dólar forte é do interesse dos EUA", disse Trichet ontem.
Já para Meirelles, "não há dúvida de que a situação dos EUA, olhada hoje, parece mais séria do que era há 60 dias e no ano passado". Para ele, no entanto, ainda é cedo para dizer qual será o efeito para o Brasil. "Mesmo as economias mais dependentes de exportações para os EUA ainda não têm uma idéia precisa." (MN)


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