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Para Mantega, país vai crescer 3,5% em 2004
SÍLVIA MUGNATTO
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
O país deve crescer no mínimo
3,5% em 2004, segundo o ministro Guido Mantega (Planejamento), porque haverá queda das taxas de juros e o setor privado poderá aumentar os seus investimentos.
Ao divulgar alguns dados que
vão estar na proposta de LDO (Lei
de Diretrizes Orçamentárias) de
2004, Mantega disse que o governo prevê crescimento de 4% em
2005 e de 4,5% em 2006. O projeto
será enviado ao Congresso na
próxima terça-feira.
Segundo ele, o governo decidiu
manter em 4,25% do PIB (Produto Interno Bruto) o superávit primário do setor público até 2006
com o objetivo de reduzir a relação entre a dívida pública e o PIB.
Superávit primário é quanto o governo economiza para pagar juros da dívida.
Dívida
Hoje, a dívida equivale a cerca
de 55% do PIB. O governo tem como meta trazer esse percentual
para 47% ou 48% até o final do
mandato do presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Curiosamente, a
meta do primeiro acordo do governo anterior com o Fundo Monetário Internacional, assinado
em 1998, era reduzir o percentual
para 46,5%.
Mantega aposta que o anúncio
da manutenção de uma política
fiscal forte fará com que as taxas
de juros caiam. "Na minha opinião, o principal problema é a falta de crédito por causa das taxas
de juros". Para ele, há espaço para
que o país cresça mais de 3,5% em
2004.
"Embora o Brasil esteja melhorando, temos que consolidar essa
situação. Agora é possível perceber que a nossa política econômica não era só para acalmar os ânimos", comentou.
Política anticíclica
A comentar a proposta de política anticíclica incluída na proposta de LDO, Mantega citou a
teoria keynesiana (do inglês John
Maynard Keynes, 1883-1946), que
defende maiores investimentos
do Estado quando a economia vai
mal e a redução nos momentos de
bonança.
A redução do superávit primário também poderá ocorrer, segundo o ministro, após a implementação da reforma tributária,
por exemplo. "Apesar do objetivo
da reforma é ser neutra em termos de arrecadação, ela pode
realmente melhorar o desempenho do sistema".
Mantega disse acreditar que haverá uma compreensão da sociedade sobre a manutenção do esforço fiscal do governo. "O que
nós prometemos entregar é crescimento e geração de empregos.
O setor privado vai fazer os investimentos".
O ministro afirmou ainda que é
intenção do governo discutir a retirada dos investimentos das empresas estatais das despesas primárias. Hoje, quando essas empresas gastam, há uma redução
do esforço fiscal do governo federal.
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