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MARCHA LENTA
País passa de 4º para 22º, atrás de outros emergentes, diz levantamento
Produtividade da indústria
cai 18 posições em ranking
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
Entre 2000 e 2004, a indústria
brasileira teve um ganho de produtividade de 1,3% ao ano, em
média, segundo levantamento
feito pela CNI (Confederação Nacional da Indústria). O desempenho, que ficou abaixo dos números alcançados por emergentes
como Índia, México e Argentina,
fez com que o Brasil perdesse 18
posições numa lista de 23 países.
Estava em 4º lugar e foi para 22º.
Pelo conceito utilizado pela
CNI, produtividade é o índice que
mede quanto a indústria é capaz
de produzir com determinado
número de funcionários. Em
2005, de acordo com o mesmo levantamento, a produtividade da
indústria no Brasil caiu 1,4%.
Os números contrastam com os
resultados alcançados pelo setor
nos anos 90. Entre 1991 e 1995, por
exemplo, a produtividade do setor industrial no Brasil cresceu,
em média, 7,2% ao ano -desempenho que, para o período, valeu
ao país a 6ª colocação no ranking
elaborado pela CNI na época.
Para Renato da Fonseca, gerente-executivo da Unidade de Pesquisa e Avaliação da CNI, a queda
na produtividade no setor está relacionada com a falta de investimentos. Segundo ele, os ganhos
obtidos nos anos 90 estão relacionados à abertura da economia,
que permitiu a importação de
máquinas e equipamentos mais
modernos, além de obrigar as empresas a modernizar suas operações para enfrentar a concorrência dos produtos estrangeiros.
"Para ter ganhos de produtividade, tem que ter investimento. E
isso depende de expectativa de retorno e de custo", diz Fonseca.
O custo dos investimentos está
relacionado à taxa de juros no
Brasil, bem mais alta do que a média internacional. E a expectativa
de retorno está ligada ao desempenho da economia, que, nos últimos anos, sofre altos e baixos.
"Desde 2000, temos observado
uma série de crises. O país começa
a crescer e logo pára", afirma.
Segundo o estudo da CNI, a
produtividade caiu entre 2001 e
2003, período marcado por crises
como a moratória da Argentina e
o racionamento de energia.
Já em 2002, a economia sofreu
com os efeitos da especulação do
mercado financeiro em torno da
eleição presidencial. A recuperação, diz Fonseca, começou a ocorrer no final de 2003, mas foi interrompida por uma série de elevações nos juros iniciada pelo BC
em setembro de 2004.
Agora, num cenário de queda
dos juros e de contínuo crescimento da economia mundial, as
perspectivas para o Brasil e para a
indústria em especial, são positivas, diz o analista da CNI. "O que
não pode acontecer é chegar ao final do ano e ter um arrocho de
novo", diz Fonseca, numa referência à alta dos juros de 2004.
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