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Operação de crédito terá isenção de CPMF
Medida deve provocar perda de receita de R$ 4 bi por ano, mas não há definição se será feita de uma vez ou por etapas
Oposição queria redução da alíquota, hoje em 0,38%, o que gera arrecadação total
de R$ 32,5 bi/ano; Febraban diz que medida é bem-vinda
CLÁUDIA DIANNI
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
O governo vai isentar do pagamento da CPMF (Contribuição Provisória sobre Movimentação Financeira) as operações
de crédito para pessoas físicas e
jurídicas. A medida vai gerar
uma perda de receita de R$ 4
bilhões anuais, mas o ministro
da Fazenda, Guido Mantega,
disse que o governo ainda vai
decidir se a isenção será feita de
uma só vez ou em etapas, durante os próximos três anos.
Segundo Mantega, amanhã o
governo envia ao Congresso a
PEC (Proposta de Emenda
Constitucional) que prorroga a
cobrança da CPMF e da DRU
(Desvinculação de Receitas da
União) até dezembro de 2011.
"Não será preciso incluir na
PEC a isenção da CPMF para as
operações de crédito. Não é
preciso autorização constitucional para modificar alíquotas.
Podemos fazer isso com um
procedimento interno, apenas
publicando uma resolução. Só
temos que decidir ainda se vamos fazer isso de uma só vez ou
nos próximos três anos", disse.
Com essa decisão, o governo
atende parcialmente ao pedido
dos líderes dos partidos de oposição com quem se reuniu na
segunda-feira. O governo precisa do apoio das bancadas de
oposição para aprovar a PEC
até dezembro, quando acaba o
prazo de cobrança da CPMF.
Os líderes dos partidos pediram redução da alíquota da
CPMF, que hoje é de 0,38%.
"Ao fazermos essa isenção,
estamos fazendo uma redução
tributária para o setor financeiro. Acho que vai na direção do
que os líderes queriam", disse o
ministro. Em nota, a Febraban
(Federação Brasileira de Bancos) disse ontem que considera
que a medida é "bem-vinda".
De acordo com Mantega, a
isenção será dada no momento
em que o beneficiário sacar o
empréstimo concedido pela
instituição financeira. Atualmente, a CPMF rende R$ 32,5
bilhões para o governo por ano.
De acordo com o que disse
Mantega na segunda-feira passada ao se encontrar com os líderes da oposição, futuramente
o governo vai pensar em uma
redução seletiva da CPMF,
mas, por enquanto, prefere se
concentrar em desonerações
sobre impostos com maior impacto sobre a produção.
A CPMF foi criada em 1993,
com o nome de IPMF (Imposto
Provisório sobre Movimentação Financeira). Na ocasião, a
intenção era que os recursos
arrecadados fossem destinados
principalmente para a área da
saúde. De lá para cá, ela passou
por várias prorrogações.
Nos últimos anos, a CPMF
ganhou função fiscalizadora
para a Receita. Todos os anos, o
governo cruza os dados das declarações de Imposto de Renda
com os registros de movimentações financeiras, mapeados
pela CPMF. Isso permite identificar quem movimenta recursos elevados, mas não entrega a
declaração anual do IR.
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