São Paulo, quarta-feira, 11 de abril de 2007

Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

China critica queixa americana na OMC

Para Pequim, ação prejudica cooperação quanto à propriedade intelectual e degrada relações bilaterais

DO "FINANCIAL TIMES"
DA REDAÇÃO

A China reagiu ontem asperamente à decisão dos Estados Unidos de protocolar duas reclamações na OMC (Organização Mundial do Comércio) contra o país por desrespeito aos direitos autorais, ao afirmar que a medida poderia causar sérios prejuízos à cooperação bilateral entre os países e danificar seus laços comerciais.
O ministro do Comércio chinês, Wang Xinpei, pronunciou-se contra as duas queixas, uma referente à pirataria (violações da propriedade intelectual) e a outra aos obstáculos que Pequim impõe à distribuição de bens culturais estrangeiros, como filmes, livros e CDs.
"A China lamenta [a decisão] e se sente profundamente insatisfeita", disse um porta-voz do ministério. A resposta deu o tom mais combativo que as reações anteriores a outras disputas comercias com os EUA.
Xinpei disse que a ação na OMC contraria o consenso alcançado entre os dois países, líderes no desenvolvimento de relações bilaterais de comércio. "A ação prejudicará seriamente a cooperação que as partes haviam construído nesse âmbito [propriedade intelectual] e terá uma influência negativa no relacionamento bilateral."
Segundo o regulamento da OMC, os dois países têm agora 60 dias para chegar a um acordo. Se não conseguirem, os EUA terão direito de solicitar um comitê de arbitragem.
Soma-se à pirataria e à restrição do mercado cultural o fato de que Washington considera o valor do yuan artificialmente baixo, o que diz proporcionar vantagem comercial indevida ao gigante asiático.

Balança comercial
Coincidentemente, a China divulgou ontem resultados de sua balança comercial no primeiro trimestre de 2007, os quais revelaram a contínua expansão do superávit. O resultado positivo passou de US$ 23,3 bilhões no primeiro trimestre de 2006 para US$ 46,4 bilhões. Só em março, foram US$ 6,87 bilhões a mais que no mesmo mês do ano passado.


Texto Anterior: FMI aponta risco maior de turbulência para emergentes
Próximo Texto: Aviação 1: "Velha" Varig volta a voar em setembro com 4 a 6 aviões
Índice



Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.