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China critica queixa americana na OMC
Para Pequim, ação prejudica cooperação quanto à propriedade intelectual e degrada relações bilaterais
DO "FINANCIAL TIMES"
DA REDAÇÃO
A China reagiu ontem asperamente à decisão dos Estados
Unidos de protocolar duas reclamações na OMC (Organização Mundial do Comércio)
contra o país por desrespeito
aos direitos autorais, ao afirmar que a medida poderia causar sérios prejuízos à cooperação bilateral entre os países e
danificar seus laços comerciais.
O ministro do Comércio chinês, Wang Xinpei, pronunciou-se contra as duas queixas, uma
referente à pirataria (violações
da propriedade intelectual) e a
outra aos obstáculos que Pequim impõe à distribuição de
bens culturais estrangeiros, como filmes, livros e CDs.
"A China lamenta [a decisão]
e se sente profundamente insatisfeita", disse um porta-voz do
ministério. A resposta deu o
tom mais combativo que as reações anteriores a outras disputas comercias com os EUA.
Xinpei disse que a ação na
OMC contraria o consenso alcançado entre os dois países, líderes no desenvolvimento de
relações bilaterais de comércio.
"A ação prejudicará seriamente
a cooperação que as partes haviam construído nesse âmbito
[propriedade intelectual] e terá
uma influência negativa no relacionamento bilateral."
Segundo o regulamento da
OMC, os dois países têm agora
60 dias para chegar a um acordo. Se não conseguirem, os
EUA terão direito de solicitar
um comitê de arbitragem.
Soma-se à pirataria e à restrição do mercado cultural o fato
de que Washington considera o
valor do yuan artificialmente
baixo, o que diz proporcionar
vantagem comercial indevida
ao gigante asiático.
Balança comercial
Coincidentemente, a China
divulgou ontem resultados de
sua balança comercial no primeiro trimestre de 2007, os
quais revelaram a contínua expansão do superávit. O resultado positivo passou de US$ 23,3
bilhões no primeiro trimestre
de 2006 para US$ 46,4 bilhões.
Só em março, foram US$ 6,87
bilhões a mais que no mesmo
mês do ano passado.
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