São Paulo, quarta-feira, 11 de abril de 2007

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Foco

Protestos por manutenção de veto envolvem 300 mil no país, afirmam centrais

Luiz Carlos Murauskas/Folha Imagem
Trabalhadores da Ford fazem protesto e ocupam a av. Taboão, em São Bernardo; paralisações ocorreram em várias cidades


CLAUDIA ROLLI
DA REPORTAGEM LOCAL

Trabalhadores de 17 categorias profissionais fizeram paralisações parciais em empresas e manifestações em todo o país a favor da manutenção do veto à emenda 3, aprovada no projeto de lei que criou a chamada Super-Receita.
Ao menos 300 mil pessoas participaram dos protestos, segundo estimativa das duas principais centrais sindicais, CUT e Força Sindical.
A emenda proíbe os auditores fiscais de multar e desfazer contratos entre pessoas jurídicas (as "PJs"), quando entenderem que a relação de prestação de serviços com outra empresa tem caráter trabalhista. Aprovado em fevereiro pelo Congresso, o texto prevê que somente a Justiça trabalhista tenha esse poder.
No ABC, 50 mil metalúrgicos pararam por três horas, em média, as principais montadoras e autopeças da região. Na Ford, os operários ocuparam a avenida Taboão, em São Bernardo. Na DaimlerChrysler (Mercedes) e na Volks, também houve protestos.
"Não vamos aceitar um corte brutal de nossos direitos. Vamos identificar os parlamentares que apoiarem a emenda 3 e faremos de tudo para que eles não se reelejam mais. Se esse aviso não for suficiente, faremos uma greve geral no Brasil", disse José Lopez Feijóo, presidente do Sindicato dos Metalúrgicos do ABC.
Na região, pararam ainda 3.000 químicos e 3.000 motoristas de ônibus. Os bancários da capital pararam pela manhã 25 agências da região central, com a adesão de 5.000.
Em São Paulo, cerca de 35 mil metalúrgicos ligados à Força cruzaram os braços em 46 empresas -entre elas BSH Continental e Lorenzetti. "Queremos que o governo regulamente a questão dos profissionais liberais, mas não terceirize todo mundo indistintamente, como permite a emenda 3", disse Eleno José Bezerra, presidente do sindicato da categoria. Os trabalhadores prometem fazer manifestações na frente das casas dos deputados federais de São Paulo a favor da queda do veto.
Além dos metalúrgicos, costureiras, petroleiros e trabalhadores da construção civil da Grande São Paulo e da Baixada Santista fizeram manifestações. Em Cubatão, os protestos tiveram a adesão de outras centrais: CGT, CGTB e Nova Central Sindical.
Na região de Sorocaba, cerca de 5.000 motoristas e cobradores permaneceram parados das 4h às 10h.
No Paraná, os metalúrgicos das montadoras fizeram paralisação de uma hora. Em Santa Catarina, houve passeata no centro de Florianópolis. No Rio Grande do Sul, manifestações ocorreram em quatro cidades. Em Porto Alegre, 1.200 pessoas fizeram caminhada pelo centro da cidade.
Na Bahia, trabalhadores da construção pesada, da área de limpeza e do setor de refeições coletivas fizeram paralisação de duas horas.

Colaborou a Agência Folha, em Porto Alegre

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