|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
Sob suspeita, Argentina divulga alta de 1,1%
ADRIANA KÜCHLER
DE BUENOS AIRES
A inflação de março na Argentina foi de 1,1%, anunciou
ontem o Indec (instituto semelhante ao IBGE no Brasil), com
o dado mais uma vez sob suspeita de manipulação. Economistas estimavam que o índice
real seria ao menos o dobro do
divulgado, entre 2,1% e 3,2%,
mas acreditavam que o governo
anunciaria um índice entre
1,2% a 1,5%.
Para os especialistas, a inflação de março seria a mais alta
taxa mensal dos governos
Kirchner, iniciado pelo ex-presidente Néstor (2003-2007) e
continuado pela mulher dele,
Cristina, a atual presidente do
país.
Segundo o Indec, a inflação
de março foi impulsionada por
um aumento de 7,6% em educação e 1,1% em alimentos. A alta do preço das carnes seria de
3,4%, e o preço das frutas e verduras teria caído 10,4%.
No entanto, analistas indicam que o aumento no setor de
alimentos seria bem maior
diante da alta de preços provocada pelo locaute agropecuário
de 21 dias, suspenso na semana
passada.
O locaute que bloqueou as
vendas e a circulação de produtos pelas estradas do país gerou
desabastecimento e aumento
de preço dos produtos que escasseavam. Segundo associações de defesa do consumidor e
consultorias privadas, as verduras teriam aumentado cerca
de 33%, e as carnes, 30%.
Antes da divulgação do dado,
funcionários do Indec fizeram
um protesto contra a intervenção do governo no órgão, que já
dura mais de um ano. Enquanto dados oficiais apontam que a
inflação oficial de 2007 foi de
8,5%, analistas privados avaliam que o índice real seria o
dobro ou o triplo.
No dia anterior, o FMI (Fundo Monetário Internacional)
havia criticado mais uma vez os
dados de inflação apresentados
pelo governo, muito menores
do que os cálculos privados.
Texto Anterior: Inflação leva BC europeu a manter juros Próximo Texto: FMI vê o mundo entre o "gelo" e o "fogo" Índice
|