São Paulo, sábado, 11 de abril de 2009

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Usiminas se antecipa à CVM e já detalha salário da diretoria

DA SUCURSAL DO RIO

A Usiminas tomou uma decisão inédita no país, ao decidir informar, a partir deste ano, os valores que pagou individualmente a seus 8 executivos, 11 conselheiros de administração e 4 conselheiros fiscais.
As informações constam do relatório anual de administração de 2008, divulgado em março. O documento informa, por exemplo, que o presidente Marco Antônio Castelo Branco, contratado em maio, recebeu R$ 770 mil em honorários em 2008, mais R$ 1,8 milhão em bônus e R$ 65 mil em previdência e seguro. Outro R$ 1,4 milhão referente a 2008 serão pagos ao longo deste ano.
Wilson Brumer, presidente do conselho do grupo, recebeu R$ 970 mil em 2008. "A política está em sintonia com a tendência internacional de transparência e com os novos valores da marca Usiminas", diz André Andrade, assessor de relações institucionais da Usiminas.
No mundo, a questão está em discussão depois que executivos de empresas em dificuldades que tiveram ajuda de governos não se constrangeram em receber bônus milionários.
No Brasil, a CVM analisa as propostas feitas para mudança nas regras de divulgação. As novas normas devem entrar em vigor em 2010. Alegando segurança, as companhias defendem que seja divulgado só o valor global pago a conselheiros e diretores, como é feito hoje.
"Se não abrir individualmente, ao menos que se separe por grupos, entre conselheiros e diretores e, em cada grupo, em quantas vezes o maior salário supera o menor. Isso ajuda a avaliar melhor a gestão", diz Lucy Souza, presidente da Apimec (associação de analistas e profissionais de mercado).
"Não é bisbilhotice. O investidor tem direito de saber quanto sacrifica de seu lucro para remunerar executivos e se condiz com os resultados", diz Edison Garcia, superintendente da Associação dos Investidores do Mercado de Capitais.


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