São Paulo, sábado, 11 de abril de 2009

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Exportações chinesas caem pelo quinto mês seguido

Queda de 17,1%, porém, foi menor que a prevista, o que suscita avaliações de melhoria

Para analistas, no entanto, país ainda está longe de recuperação plena, já que as exportações respondem por um terço da economia


DA REDAÇÃO

As exportações da China caíram 17,1% em março em relação ao mesmo mês do ano passado. Foi a quinta queda mensal consecutiva causada pela crise econômica global, que levou à redução da demanda por produtos chineses e de outras economias exportadoras.
Responsáveis por um terço da economia do país, que é considerado a fábrica do mundo, as exportações caíram a um passo mais moderado do que o esperado, mas ainda é cedo para interpretá-los como sinal claro de melhora, segundo analistas.
As importações chinesas, por sua vez, tiveram um declínio de 25,1% em relação a março do ano passado, em um movimento mais acentuado do que o previsto, o que resultou na ampliação do superávit de US$ 4,8 bilhões em fevereiro para US$ 18,6 bilhões em março.
Para as exportações, a projeção era uma queda de 25,7%. O resultado de março segue em linha com outros indicadores recentes que levaram economistas a afirmarem que o pior já passou para a China.
"Já começaram a aparecer sinais de que o pacote de estímulo lançado em novembro passado está funcionando", afirmou o economista chinês Qu Hongbin, do HSBC em Hong Kong.
Além do programa de US$ 585 bilhões, as autoridades chinesas reduziram a taxa de juros e induziram bancos estatais a elevarem os níveis de crédito, o que levou a um aumento expressivo no nível dos empréstimos neste ano.
Ao lado da Índia, a China está entre as grandes economias que devem escapar de uma recessão neste ano -embora espera-se que sua taxa de crescimento fique bem menor do que em anos anteriores.
De acordo com projeções de economistas independentes, a economia chinesa deve apresentar em 2009 expansão entre 5,5% e 8% -abaixo dos 9% em 2008 e dos 13% em 2007.
Apesar dos sinais de melhora, uma recuperação plena está fora do horizonte, pois os principais parceiros comerciais da China, como os EUA, têm quedas significativas nas importações. Na quinta, os EUA divulgaram redução de 5% nas importações totais em fevereiro (foram de US$ 152,7 bilhões).
Com o Brasil, houve déficit de US$ 508 milhões em março, o primeiro desde setembro, segundo dados do governo Lula.
"A crise financeira está em curso, e a demanda externa continua caindo em razão da contração econômica nos países do G3", disse Tao Wang, do UBS em Beijing, referindo-se a EUA, Europa e Japão.
"Certamente, [o resultado] mostra que as exportações continuam fracas. Mas o ritmo de desaceleração está se reduzindo, o que é um sinal relativamente positivo no momento", afirmou Jason Xu, economista da China International Capital Corporation, em Pequim. "Mas é difícil dizer que o desempenho marca uma tendência, dadas as incertezas do momento."

Com o "New York Times" e agências internacionais


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