|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
PREÇOS
Taxa ficou em 0,8%, contra 0,6% de março; acumulado no ano é 2,3%
Gasolina, gás e luz puxam alta da inflação de abril
RICARDO REGO MONTEIRO
DA SUCURSAL DO RIO
A gasolina e o gás de cozinha,
cujos preços são determinados
pela Petrobras, foram os maiores
responsáveis pela alta da inflação
de abril, medida pelo IPCA (Índice de Preços ao Consumidor Amplo) do IBGE (Instituto Brasileiro
de Geografia e Estatística).
O índice disparou e fechou abril
em 0,8%, 0,2 ponto percentual
acima do resultado de março.
No ano, o IPCA acumulado está
em 2,3%. A inflação dos quatro
primeiros meses do ano passado
ficou em 2%. Levando em conta o
acumulado dos últimos 12 meses,
o indicador aponta uma inflação
de 7,98%, acima do teto da meta
deste ano, de 5,5%.
Não fosse o desempenho dos
preços administrados, que representam 31% do índice e que incluem combustíveis e tarifas de
serviços públicos, a inflação encerraria o mês abaixo do 0,6% de
março. Somados, os itens gasolina, gás e energia elétrica contribuíram com 0,52 ponto percentual do índice total de abril.
Essa distorção estimula o debate, entre economistas, sobre a
conveniência da utilização do índice puro do custo de vida como
referência para a meta de inflação.
A grande maioria defende a
adoção do núcleo da inflação para
mensurar o custo de vida, o que
excluiria os preços sujeitos a choques de oferta, como no caso da
gasolina, do gás e da energia.
"Se a equipe econômica atual
não adotar o núcleo de inflação,
por temer críticas às mudanças de
regras, o próximo governo poderá adotá-lo para balizar o sistema
de metas de inflação. Não há por
que prejudicar a política monetária por causa de fatores como a
crise do Oriente Médio, por
exemplo", disse o economista
Luiz Roberto Cunha, da PUC-RJ.
A inflação de abril só não foi
maior porque os alimentos tiveram os custos reduzidos em
0,32%. Produtos considerados essenciais na alimentação apresentaram queda de preços, como arroz (-4,64%), feijão preto
(-4,05%) e frango (-3,76%).
Texto Anterior: Luís Nassif: A Globo e a estética da ditadura Próximo Texto: Baixa de janeiro praticamente está anulada Índice
|