São Paulo, sábado, 11 de maio de 2002

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PREÇOS

Taxa ficou em 0,8%, contra 0,6% de março; acumulado no ano é 2,3%

Gasolina, gás e luz puxam alta da inflação de abril

RICARDO REGO MONTEIRO
DA SUCURSAL DO RIO

A gasolina e o gás de cozinha, cujos preços são determinados pela Petrobras, foram os maiores responsáveis pela alta da inflação de abril, medida pelo IPCA (Índice de Preços ao Consumidor Amplo) do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística).
O índice disparou e fechou abril em 0,8%, 0,2 ponto percentual acima do resultado de março.
No ano, o IPCA acumulado está em 2,3%. A inflação dos quatro primeiros meses do ano passado ficou em 2%. Levando em conta o acumulado dos últimos 12 meses, o indicador aponta uma inflação de 7,98%, acima do teto da meta deste ano, de 5,5%.
Não fosse o desempenho dos preços administrados, que representam 31% do índice e que incluem combustíveis e tarifas de serviços públicos, a inflação encerraria o mês abaixo do 0,6% de março. Somados, os itens gasolina, gás e energia elétrica contribuíram com 0,52 ponto percentual do índice total de abril.
Essa distorção estimula o debate, entre economistas, sobre a conveniência da utilização do índice puro do custo de vida como referência para a meta de inflação.
A grande maioria defende a adoção do núcleo da inflação para mensurar o custo de vida, o que excluiria os preços sujeitos a choques de oferta, como no caso da gasolina, do gás e da energia.
"Se a equipe econômica atual não adotar o núcleo de inflação, por temer críticas às mudanças de regras, o próximo governo poderá adotá-lo para balizar o sistema de metas de inflação. Não há por que prejudicar a política monetária por causa de fatores como a crise do Oriente Médio, por exemplo", disse o economista Luiz Roberto Cunha, da PUC-RJ.
A inflação de abril só não foi maior porque os alimentos tiveram os custos reduzidos em 0,32%. Produtos considerados essenciais na alimentação apresentaram queda de preços, como arroz (-4,64%), feijão preto (-4,05%) e frango (-3,76%).



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