São Paulo, terça-feira, 11 de maio de 2004

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INDICADORES

Crescimento de 13,1% em março caiu para 8,4% no mês passado

Venda de papelão desacelera em abril

FÁTIMA FERNANDES
DA REPORTAGEM LOCAL

As vendas da indústria de papelão ondulado -um dos termômetros da economia- cresceram em ritmo menor em abril.
No mês passado, foram comercializadas 171,5 mil toneladas, 8,4% mais do que em abril do ano passado. Em março, o crescimento fora de 13,1% sobre igual mês de 2003, segundo a ABPO, a associação dos fabricantes do setor.
Abril foi mais fraco do que março deste ano para o setor -as vendas de papelão caíram 4,6% no período. Essa queda, na análise da ABPO, tem basicamente duas explicações: 1) as indústrias decidiram reduzir os estoques de embalagens; 2) abril teve três dias úteis a menos do que março.
"As vendas de papelão ondulado estão crescendo sobre o ano passado sobretudo por causa das exportações", afirma Paulo Sérgio Peres, presidente da associação.
Também estão mais altas, na sua avaliação, porque a comparação é com um período fraco de vendas. De janeiro a abril, as vendas de papelão ondulado subiram 6,6% na comparação com igual período do ano passado.
A comparação com 2002, na avaliação de Peres, é a que mostra uma situação mais real do setor. Nessa comparação, as vendas de papelão ondulado estão menores em 2004. De janeiro a abril, as vendas caíram 6,2% em relação a igual período de 2002.
A ABPO nota que a indústria de alimentos, que consome cerca de 36% das embalagens de papelão produzidas no país, está exportando mais. "As encomendas dos exportadores de alimentos estão crescendo e isso tem grande peso nos nossos negócios", afirma.
Na análise de Roberto Jeha, vice-presidente da Fiesp e presidente da Indústria de Papel e Papelão São Roberto, o "ritmo de crescimento nas vendas de embalagens ainda é medíocre. Essa recuperação nas vendas, na comparação com 2003, não é suficiente para afirmar que o país iniciou o processo de retomada".
As indústrias de alimentos, limpeza, vestuário e calçados são os maiores consumidores de embalagens de papelão. "Só que esses setores dependem da renda do trabalhador, que está menor do que há um ano. Assim, não podemos esperar por grandes vendas."
Para os fabricantes de embalagens, há uma recuperação nas vendas, mas nada brilhante. "A turbulência que vemos hoje no mercado financeiro [dólar em alta] pode atrapalhar o pouco que já recuperamos neste ano", diz Jeha.


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