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INDICADORES
Crescimento de 13,1% em março caiu para 8,4% no mês passado
Venda de papelão desacelera em abril
FÁTIMA FERNANDES
DA REPORTAGEM LOCAL
As vendas da indústria de papelão ondulado -um dos termômetros da economia- cresceram
em ritmo menor em abril.
No mês passado, foram comercializadas 171,5 mil toneladas,
8,4% mais do que em abril do ano
passado. Em março, o crescimento fora de 13,1% sobre igual mês
de 2003, segundo a ABPO, a associação dos fabricantes do setor.
Abril foi mais fraco do que março deste ano para o setor -as
vendas de papelão caíram 4,6%
no período. Essa queda, na análise
da ABPO, tem basicamente duas
explicações: 1) as indústrias decidiram reduzir os estoques de embalagens; 2) abril teve três dias
úteis a menos do que março.
"As vendas de papelão ondulado estão crescendo sobre o ano
passado sobretudo por causa das
exportações", afirma Paulo Sérgio
Peres, presidente da associação.
Também estão mais altas, na
sua avaliação, porque a comparação é com um período fraco de
vendas. De janeiro a abril, as vendas de papelão ondulado subiram
6,6% na comparação com igual
período do ano passado.
A comparação com 2002, na
avaliação de Peres, é a que mostra
uma situação mais real do setor.
Nessa comparação, as vendas de
papelão ondulado estão menores
em 2004. De janeiro a abril, as
vendas caíram 6,2% em relação a
igual período de 2002.
A ABPO nota que a indústria de
alimentos, que consome cerca de
36% das embalagens de papelão
produzidas no país, está exportando mais. "As encomendas dos
exportadores de alimentos estão
crescendo e isso tem grande peso
nos nossos negócios", afirma.
Na análise de Roberto Jeha, vice-presidente da Fiesp e presidente da Indústria de Papel e Papelão
São Roberto, o "ritmo de crescimento nas vendas de embalagens
ainda é medíocre. Essa recuperação nas vendas, na comparação
com 2003, não é suficiente para
afirmar que o país iniciou o processo de retomada".
As indústrias de alimentos, limpeza, vestuário e calçados são os
maiores consumidores de embalagens de papelão. "Só que esses
setores dependem da renda do
trabalhador, que está menor do
que há um ano. Assim, não podemos esperar por grandes vendas."
Para os fabricantes de embalagens, há uma recuperação nas
vendas, mas nada brilhante. "A
turbulência que vemos hoje no
mercado financeiro [dólar em alta] pode atrapalhar o pouco que já
recuperamos neste ano", diz Jeha.
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