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CUT marca passeata e Força quer greve
DA REPORTAGEM LOCAL
DA FOLHA ONLINE
Os metalúrgicos do ABC (CUT)
fazem na próxima semana passeata em São Bernardo do Campo
envolvendo as famílias dos trabalhadores da Volkswagen para
chamar a atenção do governo para a situação da empresa, que vai
se reestruturar no Brasil.
"A chance de uma greve no país
é de 99,99%. Quando a empresa
ameaça demitir para obter vantagens, tem de ser combatida", disse
José Lopez Feijóo, presidente do
Sindicato dos Metalúrgicos do
ABC, que retornou ontem da Alemanha, onde participou de encontro mundial de trabalhadores.
A Força Sindical, que representa
os metalúrgicos de São José dos
Pinhais (PR), vai propor um dia
de paralisação "já" nas cinco fábricas da Volks no país. As confederações dos metalúrgicos (da
CUT e Força) se reunirão amanhã
para discutir o que fazer.
Os protestos são uma reação
dos trabalhadores à demissão de
5.773 metalúrgicos, em um prazo
de dois anos, das unidades da
Volks em São Bernardo, Taubaté
e São José dos Pinhais, como parte
da reestruturação da empresa.
A Volks não confirma o número, mas admite que pretende cortar custos e benefícios dos 21,5 mil
empregados no Brasil porque teve
prejuízos com suas exportações,
afetadas pela desvalorização do
dólar em relação ao real.
Para Feijóo, a empresa faz
"chantagem social" com os trabalhadores. "Não podemos entrar
nesse jogo. É hora de dizer basta,
porque as ameaças ocorrem no
mundo todo." A montadora não
comentou suas declarações.
Na reunião na Alemanha, com
representantes dos trabalhadores
de 44 unidades da VW em 22 países, Feijóo propôs ações em conjunto. "Conversei com líderes do
comitê e do IG Metall [representação sindical na Alemanha], que
mostraram disposição em discutir ações em conjunto."
Ele retornou antes do fim do encontro mundial, que ocorre até
amanhã. Mas sindicalistas brasileiros permanecem na Alemanha
encarregados de tentar marcar
uma paralisação em várias fábricas do mundo -ou nas principais afetadas pela reestruturação:
na Alemanha, onde a VW quer
cortar 20 mil, e na Espanha.
Os trabalhadores devem fazer
ainda um "dia de luto", quando
todos usarão faixas pretas em
protesto à crise na montadora.
Eleno José Bezerra, presidente
da confederação dos metalúrgicos da Força, defende que os trabalhadores brasileiros cruzem os
braços na próxima semana.
"Não sabemos se por um dia ou
dois. Mas é importante marcar
nosso protesto contra a reestruturação." Ele quer que os sindicalistas se reúnam com os governadores Roberto Requião (PR) e Claudio Lembo (SP), além da direção
do BNDES, para que ajudem a
impedir as demissões.
(CR e KC)
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