São Paulo, quinta-feira, 11 de maio de 2006

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VAREJO

Rede popular concorrerá com CompreBem e Dia%

De olho nos consumidores B e C, Wal-Mart testa loja de vizinhança

ADRIANA MATTOS
DA REPORTAGEM LOCAL

A maior rede de varejo do mundo, a cadeia Wal-Mart, planeja uma expansão de seu modelo de supermercados de vizinhança (lojas pequenas) no Brasil.
O projeto já está em andamento e a tendência é que a bandeira a ser utilizada nesses pontos seja a Todo Dia. O novo modelo, que está sendo desenvolvido nesse momento pela empresa, será uma mistura de características das lojas "Balaio", que pertencem ao Wal-Mart, com outras características que a Todo Dia já possui. Para analistas, a loja irá concorrer principalmente com o CompreBem, do grupo Pão de Açúcar, e também com a rede Dia% -do Carrefour. No entanto, o modelo Todo Dia deverá ter mais semelhanças com o CompreBem do que com a Dia%. A Todo Dia deverá atender às classes B e C, mas com um sortimento de produtos maior do que os supermercados populares de periferia. Terá ainda mais serviços.
Segundo o presidente do Wal-Mart no Brasil, Vicente Trius, a empresa estuda explorar novos formatos de loja que se adaptem às peculiaridades do mercado brasileiro. Com o encarecimento dos terrenos nas capitais e a falta de pontos bem localizados para grandes supermercados, o investimento em lojas menores é considerado uma importante opção, disse ele em entrevista à Folha.
A reportagem apurou que já há um piloto em andamento em Recife, onde o Wal-Mart trabalha com a rede Balaio. Semanas atrás, a Balaio "virou" Todo Dia.
Ao focar a estratégia nesse modelo de loja, a rede segue passos aos percorridos no México. Lá, foi com os resultados da rede Bodega, de lojas populares, que a cadeia norte-americana ganhou terreno sobre os concorrentes.
A opção por investir em mercados de vizinhança é um reflexo da mudança no mercado de varejo e nos hábitos do consumidor. Com a inflação controlada, o consumidor não precisa mais fazer grandes compras, e assim as lojas de bairros "roubam" fregueses dos grandes hipermercados.
Além disso, muitas dessas lojas operam na informalidade e, por isso, conseguem ter preços competitivos. Assim, registraram bons resultados nos últimos anos.


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