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VAREJO
Rede popular concorrerá com CompreBem e Dia%
De olho nos consumidores B e C, Wal-Mart testa loja de vizinhança
ADRIANA MATTOS
DA REPORTAGEM LOCAL
A maior rede de varejo do mundo, a cadeia Wal-Mart, planeja
uma expansão de seu modelo de
supermercados de vizinhança (lojas pequenas) no Brasil.
O projeto já está em andamento
e a tendência é que a bandeira a
ser utilizada nesses pontos seja a
Todo Dia. O novo modelo, que está sendo desenvolvido nesse momento pela empresa, será uma
mistura de características das lojas "Balaio", que pertencem ao
Wal-Mart, com outras características que a Todo Dia já possui. Para analistas, a loja irá concorrer
principalmente com o CompreBem, do grupo Pão de Açúcar, e
também com a rede Dia% -do
Carrefour. No entanto, o modelo
Todo Dia deverá ter mais semelhanças com o CompreBem do
que com a Dia%. A Todo Dia deverá atender às classes B e C, mas
com um sortimento de produtos
maior do que os supermercados
populares de periferia. Terá ainda
mais serviços.
Segundo o presidente do Wal-Mart no Brasil, Vicente Trius, a
empresa estuda explorar novos
formatos de loja que se adaptem
às peculiaridades do mercado
brasileiro. Com o encarecimento
dos terrenos nas capitais e a falta
de pontos bem localizados para
grandes supermercados, o investimento em lojas menores é considerado uma importante opção,
disse ele em entrevista à Folha.
A reportagem apurou que já há
um piloto em andamento em Recife, onde o Wal-Mart trabalha
com a rede Balaio. Semanas atrás,
a Balaio "virou" Todo Dia.
Ao focar a estratégia nesse modelo de loja, a rede segue passos
aos percorridos no México. Lá, foi
com os resultados da rede Bodega, de lojas populares, que a cadeia norte-americana ganhou terreno sobre os concorrentes.
A opção por investir em mercados de vizinhança é um reflexo da
mudança no mercado de varejo e
nos hábitos do consumidor. Com
a inflação controlada, o consumidor não precisa mais fazer grandes compras, e assim as lojas de
bairros "roubam" fregueses dos
grandes hipermercados.
Além disso, muitas dessas lojas
operam na informalidade e, por
isso, conseguem ter preços competitivos. Assim, registraram
bons resultados nos últimos anos.
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