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Ex-cliente da mineradora fecha contrato de US$ 14 bi com a CSN
DA REPORTAGEM LOCAL
A diretoria de mineração da
Companhia Siderúrgica Nacional (CSN) anunciou ontem o
fechamento do maior contrato
de venda de minério de ferro já
negociado pela empresa. É
também o primeiro grande
contrato fechado depois do fim
do direito de preferência, mecanismo que dava à Companhia
Vale do Rio Doce a prerrogativa
de vetar a exportação de minério da mina Casa de Pedra, localizada em Congonhas (MG).
Desde janeiro, a CSN deixou
de comunicar a Vale sobre a exportação de minério de ferro. O
contrato que exigia a consulta
foi anulado por decisão do Cade
(Conselho Administrativo de
Defesa Econômica) num processo de concentração contra a
Vale do Rio Doce.
Ontem, a CSN anunciou a
venda de 183,3 milhões de toneladas de minério de ferro pelos próximos 25 anos para a
Gulf Industrial Investment,
companhia pelotizadora com
sede no Bahrein, Oriente Médio. A indústria é controlada
pelo Gulf Investment Corporation, um banco de fomento dos
países da região. O valor atualizado do contrato atinge a cifra
de US$ 14 bilhões, segundo estimativa de Juarez Saliba, diretor de mineração da CSN.
A Gulf já foi cliente da Vale do
Rio Doce e agora baseará toda a
expansão da produção de pelotas com minério da Casa de Pedra. Saliba afirma que os embarques serão feitos pelo porto
de Itaguaí a partir de 2009,
quando devem ser exportados
para a Gulf de 4 milhões a 5 milhões de toneladas de "pellet
feed", minério fino usado na
produção de pelotas. Em 2011,
a previsão é que os embarques
atinjam 9 milhões de toneladas.
A Gulf deverá ampliar de 5 milhões para 17 milhões de toneladas a capacidade das unidades de pelotização no Bahrein.
O contrato foi dividido entre
a CSN e a Namisa (Nacional
Minério S.A.), subsidiária integral do grupo que poderá ser
alienada no segundo semestre.
De acordo com Saliba, 70% do
contrato com a Gulf está sob
responsabilidade da CSN, dona
da mina.
Com o fim do direito de preferência, o grupo quer ganhar
escala no setor mineral. Investimentos da CSN devem elevar
de 16 milhões para 40 milhões a
capacidade de produção de minério de ferro em Minas Gerais.
Entre 2012 e 2013, a CSN estima ter capacidade para produzir 70 milhões de toneladas por
ano.
(AB)
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