São Paulo, quarta-feira, 11 de junho de 2008

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Ex-cliente da mineradora fecha contrato de US$ 14 bi com a CSN

DA REPORTAGEM LOCAL

A diretoria de mineração da Companhia Siderúrgica Nacional (CSN) anunciou ontem o fechamento do maior contrato de venda de minério de ferro já negociado pela empresa. É também o primeiro grande contrato fechado depois do fim do direito de preferência, mecanismo que dava à Companhia Vale do Rio Doce a prerrogativa de vetar a exportação de minério da mina Casa de Pedra, localizada em Congonhas (MG).
Desde janeiro, a CSN deixou de comunicar a Vale sobre a exportação de minério de ferro. O contrato que exigia a consulta foi anulado por decisão do Cade (Conselho Administrativo de Defesa Econômica) num processo de concentração contra a Vale do Rio Doce.
Ontem, a CSN anunciou a venda de 183,3 milhões de toneladas de minério de ferro pelos próximos 25 anos para a Gulf Industrial Investment, companhia pelotizadora com sede no Bahrein, Oriente Médio. A indústria é controlada pelo Gulf Investment Corporation, um banco de fomento dos países da região. O valor atualizado do contrato atinge a cifra de US$ 14 bilhões, segundo estimativa de Juarez Saliba, diretor de mineração da CSN.
A Gulf já foi cliente da Vale do Rio Doce e agora baseará toda a expansão da produção de pelotas com minério da Casa de Pedra. Saliba afirma que os embarques serão feitos pelo porto de Itaguaí a partir de 2009, quando devem ser exportados para a Gulf de 4 milhões a 5 milhões de toneladas de "pellet feed", minério fino usado na produção de pelotas. Em 2011, a previsão é que os embarques atinjam 9 milhões de toneladas. A Gulf deverá ampliar de 5 milhões para 17 milhões de toneladas a capacidade das unidades de pelotização no Bahrein.
O contrato foi dividido entre a CSN e a Namisa (Nacional Minério S.A.), subsidiária integral do grupo que poderá ser alienada no segundo semestre. De acordo com Saliba, 70% do contrato com a Gulf está sob responsabilidade da CSN, dona da mina.
Com o fim do direito de preferência, o grupo quer ganhar escala no setor mineral. Investimentos da CSN devem elevar de 16 milhões para 40 milhões a capacidade de produção de minério de ferro em Minas Gerais. Entre 2012 e 2013, a CSN estima ter capacidade para produzir 70 milhões de toneladas por ano. (AB)


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