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ENERGIA
Dinheiro pode ser desviado
Justiça manda apurar seguro antiapagão
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
A Justiça Federal, em Brasília,
determinou que o Ministério Público apure a possibilidade de as
distribuidoras de energia estarem
desviando os recursos do seguro
anti-racionamento, em vez de repassá-los à CBEE (Comercializadora Brasileira de Energia Emergencial), estatal responsável pelo
pagamento. A CBEE esperava receber, até 30 de junho, R$ 310 milhões, mas obteve R$ 247 milhões.
Também foi concedida liminar
determinando que 85% dos recursos arrecadados pela CBEE fiquem depositados em juízo. De
acordo com a decisão, os 15% restantes seriam suficientes para pagar o aluguel das usinas.
Pelo preço dos contratos - o
aluguel custa em média R$ 84 mil
por MW instalado-, a CBEE não
teria recursos para pagar as usinas
se não derrubar a decisão judicial.
Ontem, a estatal informou que foi
notificada da liminar e que irá recorrer da decisão.
Embora não tenha se manifestado oficialmente, a Folha apurou
que o governo espera derrubar
com facilidade a liminar.
Sobre o suposto desvio de recursos, as distribuidoras de energia negam que esteja ocorrendo.
"Houve problemas no início, porque o prazo era curto", disse Luiz
Carlos Guimarães, diretor-executivo da Abradee.
A decisão da Justiça não atende
ao que foi pedido por deputados
do PT -autores da ação. Os deputados pediam suspensão dos
contratos firmados entre a CBEE
e as usinas emergenciais, suspensão da cobrança nas contas de luz
do seguro anti-racionamento.
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