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NEGÓCIOS
Estatal do petróleo poderia se associar à El Paso
Petrobras negocia associação com estrangeiros para vender energia
GUILHERME BARROS
EDITOR DO PAINEL S.A.
A Petrobras deverá criar uma
uma joint venture com uma grande empresa internacional a fim de
comercializar a energia gerada
pelas usinas termelétricas nas
quais é sócia e que começam a ficar prontas. Uma das empresas
com as quais a estatal conversa é a
norte-americana El Paso, que já é
dona da usina Macaé Merchant,
no Estado do Rio de Janeiro.
A Folha apurou que a nova subsidiária da Petrobras terá potencial para faturar cerca de R$ 3 bilhões ao ano, se for levado em
consideração sua atual capacidade de geração de 2 mil MWh (megawatt-hora), com as termelétricas já concluídas. A partir de 2004,
a previsão é de dobrar essa capacidade.
O gerente-executivo de energia
da Petrobras, Geraldo Baltar, diz
que o objetivo da estatal, ao negociar esse acordo com empresas de
fora, é o de tentar uma forma de
viabilizar a energia que a empresa
irá começar a gerar este ano, já
que o MAE (Mercado Atacadista
de Energia Elétrica) ainda não entrou em operação.
O MAE é uma espécie de Bolsa
na qual as empresas do setor negociariam a compra e venda de
energia. Como o governo ainda
não definiu as regras do MAE, as
empresas não possuem garantias
suficientes para a comercialização
da energia no mercado livre. Por
enquanto, a energia gerada por algumas térmicas, entre elas a da
usina de Macaé, da El Paso, está
sendo adquirida pela CBEE (Comercializadora Brasileira de
Energia Elétrica), do governo federal.
Geraldo Baltar explicou que a
Petrobras optou por criar uma
empresa em sociedade com gigantes de fora pelo fato de não ter
experiência no negócio. Para comercializar energia, a Petrobras
irá precisar, por exemplo, de uma
mesa de operações de energia, semelhante às das instituições financeiras, coisa que a estatal não
possui.
Tanto a El Paso como a Petrobras afirmam que Carlos Gros, 28,
funcionário "júnior" da empresa
americana e filho de Francisco
Gros, presidente da Petrobras,
não teve qualquer participação ou
influência no negócio. Carlos
Gros trabalha na El Paso desde
antes de seu pai ter assumido a
presidência da Petrobras.
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