São Paulo, quinta-feira, 11 de julho de 2002

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NEGÓCIOS

Estatal do petróleo poderia se associar à El Paso

Petrobras negocia associação com estrangeiros para vender energia

GUILHERME BARROS
EDITOR DO PAINEL S.A.

A Petrobras deverá criar uma uma joint venture com uma grande empresa internacional a fim de comercializar a energia gerada pelas usinas termelétricas nas quais é sócia e que começam a ficar prontas. Uma das empresas com as quais a estatal conversa é a norte-americana El Paso, que já é dona da usina Macaé Merchant, no Estado do Rio de Janeiro.
A Folha apurou que a nova subsidiária da Petrobras terá potencial para faturar cerca de R$ 3 bilhões ao ano, se for levado em consideração sua atual capacidade de geração de 2 mil MWh (megawatt-hora), com as termelétricas já concluídas. A partir de 2004, a previsão é de dobrar essa capacidade.
O gerente-executivo de energia da Petrobras, Geraldo Baltar, diz que o objetivo da estatal, ao negociar esse acordo com empresas de fora, é o de tentar uma forma de viabilizar a energia que a empresa irá começar a gerar este ano, já que o MAE (Mercado Atacadista de Energia Elétrica) ainda não entrou em operação.
O MAE é uma espécie de Bolsa na qual as empresas do setor negociariam a compra e venda de energia. Como o governo ainda não definiu as regras do MAE, as empresas não possuem garantias suficientes para a comercialização da energia no mercado livre. Por enquanto, a energia gerada por algumas térmicas, entre elas a da usina de Macaé, da El Paso, está sendo adquirida pela CBEE (Comercializadora Brasileira de Energia Elétrica), do governo federal.
Geraldo Baltar explicou que a Petrobras optou por criar uma empresa em sociedade com gigantes de fora pelo fato de não ter experiência no negócio. Para comercializar energia, a Petrobras irá precisar, por exemplo, de uma mesa de operações de energia, semelhante às das instituições financeiras, coisa que a estatal não possui.
Tanto a El Paso como a Petrobras afirmam que Carlos Gros, 28, funcionário "júnior" da empresa americana e filho de Francisco Gros, presidente da Petrobras, não teve qualquer participação ou influência no negócio. Carlos Gros trabalha na El Paso desde antes de seu pai ter assumido a presidência da Petrobras.



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