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Expectativa é motor empresarial
DA REPORTAGEM LOCAL
A expectativa renovada de que
a situação econômica do país vai
melhorar, os juros vão cair e a demanda doméstica aumentará tem
sido um dos principais motores
dos investimentos no país, segundo analistas ouvidos pela Folha.
De acordo com o economista
Fernando Camargo, da LCA Consultores, essa expectativa foi frustrada nos últimos anos na maior
parte dos setores da economia.
Mas, diz Camargo, a tendência
agora é, finalmente, de melhora.
Segundo ele, o desempenho
melhor já registrado pelos segmentos dependentes do mercado
externo deve começar a atingir,
com a recuperação da economia,
os setores que dependem da demanda doméstica.
Para Fernando Sarti, economista da Unicamp (Universidade Estadual de Campinas), as empresas
ainda investem, "em primeiro lugar porque ninguém sai vendendo o negócio de uma hora para
outra somente porque o momento não é favorável". "Em segundo
lugar, as empresas não olham
apenas para a rentabilidade. Elas
podem querer valorizar sua participação de mercado, a qualidade
do produto, investindo na imagem da empresa", afirma.
Segundo Miguel Saint Paul, diretor-geral da Klabin, fabricante
de papel e celulose, o objetivo de
quem investe no setor "é ter retornos que, no tempo, de maneira
sustentada, sejam maiores do que
os do mercado financeiro".
Gilberto Braga, professor do Ibmec, concorda, em parte, com
Saint Paul. Segundo ele, as empresas investem para tentar garantir
uma fatia expressiva do mercado
que garanta uma boa rentabilidade de seu negócio em um possível
ambiente de queda nas taxas de
juros. Mas, diz ele, a capacidade
para isso, atualmente, se limita às
grandes companhias.
Para Claudio Jacob, professor
da Unip (Universidade Paulista),
caso não seja considerada a depreciação (mecanismo que permite que as empresas diminuam
ano a ano o valor de alguns ativos,
contabilizando-as como despesas), a rentabilidade das empresas
é bem maior.
Segundo ele, isso significa que,
do ponto de vista operacional, as
empresas conseguem, em média,
retorno melhor do que os de aplicações financeiras e explica por
que elas seguem investindo.
Mercado de capitais
Marcelo D'Agosto, do site Fortuna, afirma que o maior desenvolvimento do mercado de capitais local contribuiria para uma
retomada mais forte dos investimentos produtivos no país:
"Se isso ocorresse, as empresas
teriam maior acesso ao crédito.
Hoje, quase toda a poupança financeira é usada para financiar a
dívida do governo federal", diz.
(EF e MP)
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